Presidente da Caixa e vices pedirão demissão para embolsar benefícios, mas seguirão nos cargos, diz portal; banco se posiciona

Segundo BuzzFeed, eles receberão os benefícios do PDV, mas não deixarão os cargos comissionados que ocupam, uma vez que eles ocupam cargos de confiança; órgão deve emitir um parecer sobre o tema até o final do mês

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O PDV (Programa de Desligamento Voluntário) lançado pela Caixa Econômica Federal e que deve ser concluído até o final de abril terá algumas adesões voluntárias, segundo apurado pelo Portal BuzzFeed. De acordo com a reportagem, assinada por Alexandre Aragão, o presidente do banco, Gilberto Occhi e ao menos  três vice-presidentes do banco aderiram ao plano. Estão na lista Antônio Carlos Ferreira (Corporativo), Fábio Lenza (Produtos de Varejo) e Roberto Derziê (Governo). Eles receberão os benefícios da proposta, mas não deixarão os cargos comissionados que ocupam, uma vez que ocupam cargos de confiança. 

Conforme destaca o portal, nenhuma regra impede o presidente e os vices de aderirem ao plano, uma vez que todos são funcionários de carreira do banco — os quatro ingressaram na Caixa por meio de concurso, nos anos 1980. Segundo as normas do banco, apenas diretores-executivos são obrigados a deixar os cargos caso peçam demissão e atualmente, dos 12 vice-presidentes da Caixa, 9 são funcionários de carreira. 

Porém, dado o cenário difícil que o Brasil enfrenta, a sinalização não é nada positiva. Isso porque o principal benefício oferecido pela Caixa a quem aderir é o pagamento de até dez salários extras, além da manutenção do plano de saúde por pelo menos um ano. Já no comunicado interno sobre o PDV, não é claro se as indenizações do presidente e dos vices devem ser calculadas com base nos salários atuais ou levando em conta a remuneração que recebiam no último cargo que ocuparam como funcionários de carreira. Já um decreto de 2012 permite que o banco não divulgue a remuneração de seus dirigentes – o  valor exato não é público, mas cada membro da cúpula recebe por volta de R$ 40 mil ao mês. 

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O prazo para a adesão já foi encerrado e a homologação das adesões ao programa deve ser concluída até o fim de abril, mas os funcionários que assinaram o termo podem voltar atrás. A meta da Caixa era que 10 mil aderissem ao PDV — segundo o banco, porém, pouco mais de 4.600 fizeram a opção. 

De acordo com as normas internas do banco, apenas diretores-executivos são obrigados a deixar os cargos caso peçam demissão. Atualmente, dos 12 vice-presidentes da Caixa, 9 são funcionários de carreira. Na semana passada, ao comentar os resultados do banco de 2016, o próprio presidente da Caixa disse que a previsão era de economizar cerca de R$ 1 bilhão após aproximadamente 5 mil empregados terem aderido ao programa. 

Em nota ao BuzzFeed e posteriormente ao InfoMoney, a Caixa informou que fez uma consulta à Comissão de Ética da Presidência da República sobre a possibilidade de seus dirigentes aderiram ao plano. O órgão deve emitir um parecer sobre o tema até o final do mês. “Com relação ao PDVE, a Caixa informa que consultou a Comissão de Ética Pública da Presidência da República sobre a adesão de empregados que ocupam cargos da alta administração. A comissão deve se manifestar em relação à consulta no fim deste mês. A Caixa esclarece que não haverá nenhuma homologação de demissão de dirigentes do banco enquanto a comissão não der seu parecer”, afirmou o banco.
 
 
 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.