Prêmio sobre risco deve ser elevado após resultado das eleições europeias

Resultado deve aumentar incertezas e diminuir integração política no continente, avalia Mohamed El-Erian, CEO da Pimco

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – O resultado das eleições europeias neste domingo (6) devem elevar o prêmio sobre risco, com o aumento das incertezas políticas no continente, avalia Mohamed El-Erian, CEO (Chief Executive Officer) da Pimco, uma das principais firmas de investimento mundiais. El-Erian diz que as realidades políticas serão ainda mais delicadas na Europa, a maior região econômica do mundo. 

As eleições ocorreram em três países, França, Alemanha e Grécia. Na França, derrota do presidente atual Nicolas Sarkozy para o socialista François Hollande, eleito com a promessa de rever o pacto fiscal acordado na Zona do Euro, enquanto partidos anti-mercado, como o neo-nazista “Golden Dawn” e a extrema esquerda, ganharam força no parlamento grego – impedindo a coalizão das tradicionais forças políticas por lá. Na Alemanha, derrota para a coalizão governista em eleições regionais, com ganhos expressivos de partidos novos – como o Partido Pirata. 

Eleições são extremamente importantes
“Muito será escrito sobre essas eleições, já que definem os próximos passos dos esforços de integração regional na Europa”, afirma El-Erian. Ele destaca que a perda de confiança do eleitorado em relação aos políticos tradicionais deve trazer incertezas para a Europa, já que a fragmentação da política europeia deve tornar mais difícil atingir um consenso sobre assuntos diversos, tanto em nível nacional quanto em nível regional.

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Para ele, é possível que essa mensagem seja interpretada de outra forma: como uma mensagem do eleitorado para que seus políticos ajam com urgência. Para a Pimco, a Europa precisa buscar resolver diversos problemas simultaneamente, atingindo uma melhor relação entre crescimento e solvência no médio-prazo, criando barreiras para impedir o contágio da crise, aumentar a qualidade das instituições e melhorar a estrutura de capital dos bancos.

“Mas isso só virá com uma visão clara do que a Europa deverá ser nos próximos três anos”, destaca El-Erian. Ele chama a atenção para os resultados como um alarme para a integração europeia, torcendo para que essa situação de incertezas seja apenas temporária e precursora de esforços para lidar com o crescimento dos problemas econômicos da Zona do Euro. 

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