Publicidade
O primeiro-ministro da China, Li Qiang, usou seu discurso nesta sexta-feira (26) na Assembleia-Geral da ONU para criticar o avanço do unilateralismo e o que chamou de retorno à “lei do mais forte”. Segundo ele, o mundo atravessa “um novo período de turbulência” marcado por disputas comerciais, tensões geopolíticas e riscos ambientais.
Sem citar diretamente os Estados Unidos, Li associou a escalada tarifária imposta pelo governo Donald Trump a um dos principais fatores para o desaquecimento da economia global.
“Quando medidas protecionistas substituem a cooperação, todos perdem”, disse. O premiê também afirmou que a mentalidade de Guerra Fria voltou a se manifestar na política internacional, desafiando a ordem construída após a Segunda Guerra.
Continua depois da publicidade

Na ONU, Netanyahu nega genocídio em Gaza e compara Palestina à Al Qaeda
Premiê israelense falou a plenário esvaziado e criticou países que reconheceram Estado da Palestina, comparando a apoio a perpetradores do 11 de Setembro

Brasil e mais países esvaziam plenário da ONU durante discurso de Netanyahu
Comitivas deixaram o plenário em protesto; delegação brasileira usou keffiyeh em sinal de apoio aos palestinos
Falando em nome de Xi Jinping, que não participa presencialmente da Assembleia desde 2015, Li destacou que apenas o multilateralismo pode proteger os interesses de países grandes e pequenos.
Ele pediu maior cooperação climática, defendendo o Acordo de Paris e a transição para uma economia verde, e relembrou as lições das guerras mundiais como alerta contra novos ciclos de violência.
Política externa
O discurso reforçou a postura chinesa em relação aos principais conflitos atuais. Sobre a guerra na Ucrânia, Li voltou a defender negociações de paz, rejeitar sanções unilaterais e pedir proteção a civis. Já em relação ao Oriente Médio, reafirmou que a saída para a crise entre Israel e Palestina passa pela criação de dois Estados com base nas fronteiras de 1967.
A fala ocorre semanas após Xi Jinping anunciar novas metas climáticas em evento presidido por Lula, e poucos dias antes da esperada reunião entre Xi e Trump na cúpula da Apec, na Coreia do Sul, quando os líderes devem discutir a guerra comercial que vem deteriorando as relações entre Pequim e Washington.