Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes é empresário bem sucedido, mas novo na política

Vice-prefeito de São Paulo assume a chefia do Executivo Municipal após a morte de Bruno Covas

Equipe InfoMoney

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, espera contar com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições deste ano (Reprodução/Facebook)

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Ricardo Nunes, 53, empresário e político paulistano, é o novo prefeito de São Paulo. Filiado ao MDB, Nunes assume o cargo após a morte do titular Bruno Covas (PSDB), vítima de um câncer.

Ricardo Luís Reis Nunes nasceu em São Paulo, em 13 de novembro de 1967. Ele mora na zona sul da capital, é casado com Regina Carnovale Nunes e tem três filhos. Nunes chegou a estudar Direito nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), mas não concluiu o curso.

As 18 anos, ele criou o jornal regional Hora de Ação, que cobria bairros da zona sul – que viria a se tornar seu reduto eleitoral. Na mesma época, se filiou ao então PMDB.

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Empresa

Posteriormente, tornou-se empresário do ramo de controle de pragas. Em 1997, fundou a empresa Nikkey, que tem entre suas principais atividades o tratamento fitossanitário de cargas importadas e exportadas do Brasil, e o controle de pragas urbanas.

Além da matriz em São Paulo, a Nikkey tem filiais no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo. Atua nos portos de Santos, Rio de Janeiro, Vitória e Salvador; e nos aeroportos de Guarulhos, Viracopos, Galeão e Confins. Conta com mais de 200 profissionais, de acordo com o site da própria companhia, descrita como uma das maiores de seu segmento.

Nunes já foi presidente da Associação Empresarial da Região Sul de São Paulo (Aesul), fundou a Associação de Empresas de Controle de Pragas do Estado de São Paulo (Adesp) e a Associação Brasileira das Empresas de Tratamento Fitossanitário e Quarentenário (Abrafit).

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Política

Ele tentou se eleger vereador pela primeira vez em 1989, mas não teve sucesso. Voltou à carga em 2012, quando conquistou pela primeira vez uma vaga na Câmara Municipal. Foi reeleito em 2016. Compôs a base de apoio na Câmara Municipal nas gestões de Fenando Haddad (PT), Joao Doria (PSDB) e Covas.

Conservador e ligado à Igreja Católica, enquanto vereador fez lobby para anistiar e regularizar templos religiosos e conseguiu barrar termos como “gênero” no Plano Municipal de Educação (PME).

Segundo O Estado de S. Paulo, Nunes defendia que a sexualidade não deveria ser abordada em salas de aula. Ele é contra a “ideologia de gênero”, termo usado por conservadores para travar discussões sobre diversidade sexual. “Eu sou pela família, gênero não”, declarou, de acordo com a Folha de S. Paulo.

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Família

No âmbito da família, foi acusado pela mulher de violência doméstica, ameaça e injúria, num boletim de ocorrência registrado em 2011, conforme a Folha de S. Paulo revelou em reportagem de 2020. Pouco tempo depois, o próprio Nunes registrou um B.O. contra a mulher, acusando-a de agressão.

Hoje reatados, Regina diz que não se lembra de ter feito a ocorrência. “Não sei se apagou da minha memória porque eu estava muito nervosa”, declarou ela ao Estadão. O casal atribui o episódio a um desentendimento ocorrido na época, uma “fase muito difícil”. Chegaram a ficar separados, ela foi morar um tempo na casa da mãe, mas ambos negam qualquer agressão.

A família está presente também nos negócios. A mulher e uma das filhas de Nunes constam como sócias da Nikkey. Em 2019, a companhia recebeu R$ 50 mil para dedetizar oito creches conveniadas à Prefeitura. Os estabelecimentos eram controlados pela Associação Amigos da Criança e do Adolescente (Acria), contratada pelo município. Na época, Nunes disse que a Nikkey cobrou preço de custo para realizar o serviço.

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Em 2020, a Folha de S. Paulo revelou também que Nunes tinha aliados como gestores de entidades administradoras de creches conveniadas com a Prefeitura e como proprietários de imóveis alugados para estas instituições, o que rendia R$ 1,4 milhão por ano em aluguéis pagos pelo município. Na ocasião, Nunes e a Prefeitura negaram qualquer irregularidade.

Câmara

Durante seis anos, o atual vice-prefeito foi relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e do Orçamento da cidade. Participou das comissões parlamentares de inquérito (CPIs) do Theatro Municipal e da Sonegação Tributária. A primeira identificou desvios de R$ 15 milhões em dinheiro público, e a última auxiliou na recuperação de R$ 1,2 bilhão em tributos não pagos.

Nunes é muito atuante na zona sul. Em 2014, propôs a criação de um aeródromo em Parelheiros e a criação de um sistema de transporte público hidroviário na Represa Billings.

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Vice

Nunes foi escolhido para compor a chapa com Covas em 2020, depois de uma longa negociação política em que outros nomes foram antes considerados, como o vereador Milton Leite (DEM), atual presidente da Câmara, a senadora Mara Gabrilli (PSDB), a ex-prefeita Marta Suplicy e o apresentador de TV José Luiz Datena.

Nunes ia se candidatar mais uma vez a vereador, mas, no meio das tratativas envolvendo PSDB, MDB e DEM, já com vistas para as eleições estadual e federal de 2022, ele acabou sendo o escolhido com o apoio do governador João Doria e do influente vereador Leite, de quem é aliado.

Covas e Nunes foram eleitos em novembro do ano passado, vencendo a chapa Guilherme Boulos/Luiza Erundina, do PSOL.

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Como vice, Nunes assumiu uma função de gestor de ações entre as secretarias municipais no âmbito da pandemia de Covid-19. Ele participou de operações da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Polícia Militar (PM) contra bares e festas que desrespeitaram a quarentena. Nunes tem também servido de ponte para resolver atritos entre a Prefeitura e o governo do estado.

Ao assumir como prefeito interino, em 3 de maio, Nunes disse que não pretende fazer mudanças na administração. Agora como prefeito efetivo, fica a dúvida sobre qual será a marca do ainda desconhecido Ricardo Nunes no cargo executivo mais importante do maior município do Brasil.

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