Precatórios ainda preocupam o governo, diz Tebet: “Mais de R$ 85 bilhões neste ano”

Mesmo após ter quitado um estoque ao final de 2023, Executivo vê volume muito expressivo nessa despesa, que ultrapassa o montante disponível para investimento público

Estadão Conteúdo

Audiência Pública - Apresentação e debate sobre o PPA 2024-2027. Ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil, Simone Tebet. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

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A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), afirmou que o gasto com precatórios ainda preocupa o governo. Mesmo após ter quitado um estoque ao final de 2023, o Executivo vê nessa despesa um volume muito expressivo, que ultrapassa o montante disponível para investimento público. Para 2024, de acordo com a ministra, serão pagos valores entre R$ 85 bilhões e R$ 88 bilhões com precatórios.

“Mesmo zerando o jogo para trás, das dívidas dos anos de 2021 e 2022, a otimização dos trabalhos do Judiciário fez com que, para este ano, nós tenhamos de pagar mais de R$ 85 bilhões de precatórios. Isso é mais do que os investimentos públicos no Brasil para o ano. Diante disso, nós estamos mapeando e 70% dos precatórios envolvem dívidas de até R$ 10 milhões”, disse após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

A ministra disse ainda que, em 2024, quase R$ 20 bilhões dos pagamentos de precatórios se referem à Previdência e as requisições de pequenos valores somam R$ 30 bilhões. Esse mapeamento embasa um estudo sobre esse tipo de gasto, que ainda será levado para outros integrantes da equipe econômica e para a Junta de Execução Orçamentária.

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“O que nós podemos fazer para acelerar, para resolver essa questão? Ou seja, para poder pagar e não judicializar, porque quando judicializa em forma de precatório, você está pagando ônus de sucumbência, honorários advocatícios, juros. Então, você está pagando uma conta, às vezes, duas ou três vezes maior”, afirmou, reiterando que a antecipação de alguns desses pagamentos pode ser discutida no âmbito do governo.

Tebet ainda reiterou que não existe solução para os precatórios sem passar pelo Judiciário e destacou o apoio da Advocacia-Geral da União (AGU) no processo.