Por que os 2 nomes da “centro-direita” para 2018 não animam uma das maiores consultorias políticas do mundo

 Qual é a força de uma candidatura reformista que esteja muito associada ao establishment em um momento de ira da população com os políticos?, questiona a Eurasia

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Na mesma semana em que Luciano Huck anunciou publicamente que não irá disputar a eleição presidencial, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin fortaleceu a sua candidatura à presidência a 2018 pelo PSDB e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, aumentou as suas movimentações para ser o candidato do governo no pleito do ano que vem. 

 Além de contratar uma empresa para fazer a gestão de suas redes sociais, Meirelles investiu de forma incisiva em busca do apoio de Michel Temer e Rodrigo Maia, que, inclusive, pode formar uma chapa com o ministro da Fazenda, segundo informações da Folha de São Paulo desta segunda-feira (29).

Meirelles revisitou sua estratégia política e vendo um “vácuo” no que chama de uma opção centro-direita, está disposto em apostar suas fichas em uma aliança com Maia, ao mesmo tempo que defenderá o legado de Temer como um candidato governista, aponta a reportagem, enfatizando a queda estrutural da taxa de juros e os avanços da agenda de reformas no período do governo do peemedebista.

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Porém, a perspectiva de que esses sejam os nomes apontados para 2018 da centro-direita brasileira não é vista com bons olhos para o mercado pela consultoria de risco político Eurasia Group, uma das maiores do mundo. 

Em relatório dessa semana, a consultoria apontou que os dois nomes colocados como reformistas, Meirelles e Alckmin, sendo retiradas as opções de Huck e João Doria (no momento) podem diminuir a possibilidade da eleição e um candidato reformista e pró-mercado. 

Isso porque a grande questão para 2018, na visão dos analistas políticos da consultoria, não é se Lula, líder nas pesquisas, será candidato ou não (para eles, o petista não será elegível ano que vem e, caso seja, sofrerá com a forte rejeição que possui no eleitorado), mas sim qual é a força de uma candidatura reformista que esteja muito associada ao establishment em um momento de ira da população com os políticos. No caso, os dois estariam associados ao establishment. 

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Em agosto, vale lembrar, a consultoria afirmou que Alckmin era uma espécie de “Hillary Clinton do Brasil”, muito associado ao sistema político. Assim, candidaturas como a de Huck e a de Doria seriam importantes e aumentariam as chances de um candidato reformista ser eleito em 2018 em meio ao sentimento anti-político dos brasileiros.

“Alckmin pode se posicionar como uma opção centrista e pode muito bem vencer, mas se ele for a única esperança reformista em 2018, as chances de um resultado negativo para o mercado cresceriam”, avalia a Eurasia. Com Meirelles muito associado ao governo Temer, que é extremamente impopular, as chances podem não aumentar muito. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.