Por que aliados de Michel Temer ainda sonham com reeleição do presidente?

Em um cenário de indefinição da candidatura governista de centro, aliados do emedebista defendem que uma esperada recuperação da economia neste ano poderá impulsionar seu nome para mais um mandato

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Mesmo cotado como o presidente mais impopular do mundo em outubro do ano passado pela consultoria de análise de risco Eurasia, volta e meia o presidente Michel Temer se vê no centro de especulações acerca de uma possível candidatura à reeleição.

Em um cenário de indefinição da candidatura governista de centro, aliados do emedebista defendem que uma esperada recuperação da economia neste ano poderá impulsionar seu nome para mais um mandato, a despeito do desgaste sofrido com as denúncias apresentadas pela Procuradoria Geral da República e rejeitadas pelo plenário da Câmara dos Deputados.

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Conforme pontuou a coluna Expresso, do site da revista Época, o presidente acreditaria que as movimentações recentes do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, seriam inúteis. Isso porque ambos dependem de uma recuperação econômica para viabilizar suas possíveis candidaturas. E, caso essa situação se confirme, não haveria impedimentos ao próprio Temer participar da disputa.

Além disso, em que pese o elevado índice de rejeição, o emedebista tem algumas cartas na manga que poderiam ser testadas. A primeira delas, o benefício de um prazo mais elástico para lançar candidatura, fixado em junho. Outra seria o próprio controle da máquina pública. Em um pleito com perspectiva de poucos recursos, devido à exclusão do financiamento empresarial de campanha, tal posição privilegiada pode fazer a diferença.

No mesmo sentido vem análise feita por Carlos Eduardo Borenstein, da consultoria Arko Advice, em entrevista ao programa Conexão Brasília em novembro do ano passado. Embora menos provável, uma candidatura de Michel Temer à reeleição não pode ser totalmente descartada.

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“Historicamente, pelo peso que o Estado brasileiro tem, a máquina é muito importante. Sem dúvida, em que pese a popularidade baixa do presidente, temos que considerar que a eleição de 2018 vai ter uma pulverização muito grande. Então, creio que, se um candidato obtiver algo em torno de 15% ou 16%, ele tem chance de chegar ao segundo turno. Então, se a economia seguir emitindo sinais de recuperação que apresenta hoje, se o governo aprovar a reforma da Previdência, ele passa a ter uma agenda interessante a oferecer, e, com o uso da máquina, tem espaço para construir uma candidatura para chegar ao segundo turno”, observou o especialista.

Com as chances reduzidas de aprovação da reforma previdenciária, o ambiente para uma candidatura do emedebista torna-se ainda mais improvável. Para o analista político Ricardo Ribeiro, da MCM Consultores, a narrativa de que uma melhora na economia beneficiaria mais Temer do que uma eventual candidatura de Meirelles ou até Maia é discutível.

“Ele está queimado. Gastou muito com as denúncias. Mesmo que a economia deslanche, isso não viabilizaria a candidatura de Temer. Poderia viabilizar Meirelles, porque o ministro não tem esse desgaste pessoal. A questão é que acho que o ministro também não vai chegar lá, não vai ter a oportunidade de ser candidato”, afirmou o especialista.

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De qualquer forma, mesmo que não seja candidato — o cenário-base da maior parte dos analistas –, o presidente Michel Temer deverá exercer papel central na disputa por sua sucessão, e a centro-direita deverá ter um representante competitivo neste processo. É o que entende Richard Back, analista político da XP Investimentos. “Temer é importante. Até temos brincado que ele vai ser o posto Ipiranga neste ano: todo mundo em algum momento tem que passar para abastecer, mas ninguém tira foto e posta na rede social. Muita gente vai evitar aparecer com Temer, mas todo mundo tem que passar por ele em algum momento”, observou Back em entrevista especial ao InfoMoney.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.