Por que a pesquisa Ibope pode ter interpretação dúbia pelo mercado?

Diferente do "empate técnico", mostrado pelo Datafolha e IstoÉ/Sensus, Ibope aponta que Dilma venceria nas urnas em um eventual segundo turno, mas a direção ainda é a mesma, de queda da candidata petista

Paula Barra

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SÃO PAULO – A pesquisa eleitoral Ibope, revelada ontem à noite, pode ter uma dupla interpretação no mercado. Isto porque, ao contrário do que foi visto no Datafolha e IstoÉ/Sensus, Dilma Rousseff venceria nas urnas em um eventual segundo turno. As anteriores apontavam para um “empate técnico”. Entretanto, apesar de descolada, ambas apontam para a mesma direção, com a escalada de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), mesmo que lentamente, enquanto Dilma perde força.

Para o Banco Fator Corretora, o resultado “relativiza o empate técnico no segundo turno entre Dilma e Aécio”. Os números do Ibope para disputa no segundo turno são mais positivos para a presidente Dilma, aponta a  LCA Consultores. 

No cenário 1 de segundo turno contra o tucano, Dilma soma 41% das intenções de voto contra 33% de Aécio. Brancos e nulos são 18% e indecisos, 8%. Na pesquisa anterior, de 15 de junho, Dilma tinha 43% e Aécio, 30%. No cenário 2, com o candidato Eduardo Campos, a presidente tem 41% de intenções de voto contra 29% do pessebista.

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Apesar de não sinalizar o empate técnico, a XP Investimentos ressalta que Datafolha e Ibope estão descolados há um tempo, principalmente na análise de segundo turno – o que comenta-se é uma possível diferença na metodologia. “O ponto a destacar é que a direção de ambas é a mesma, com Aécio subindo, mesmo que lentamente”, disseram os analistas. 

Neste ponto, a LCA também abre uma ressalva de que a disputa de segundo turno retratada pelo Ibope é muito semelhante ao Datafolha. Ou seja, “ambos mostram que a distância entre Dilma e seus adversários vem caindo desde o início do ano”. Era de 27 pontos em março, segundo o Ibope, quando a petista disputa com Aécio; e de 31, quando o oponente é o ex-governador pernambucano. De acordo com o Datafolha, em fevereiro, a vantagem de Dilma também era de 27 pontos contra Aécio subindo a 32 contra Campos.

Além disso, a LCA destaca ainda um outro ponto importante no levantamento Ibope: o aumento no número de eleitores que querem mudanças no governo. Antes eram 70%, agora são 65%. Outro aspecto negativo para Dilma é que 53% dos entrevistados entendem que o Brasil está no “rumo errado”.

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A avaliação positiva do governo Dilma se manteve em 31% em julho. Apesar disso, a maioria dos pesquisados (52%) acha que sua situação econômica estará melhor em 2015. Outro ponto contraditório é que 54% dos eleitores preveem que Dilma conquistará novo mandato em outubro.

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