Por que a alta médica de Bolsonaro é tão importante para o mercado?

Aliados aguardam saída de presidente de hospital para fechar texto sobre a Reforma da Previdência

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – É natural que eventuais problemas de saúde de um presidente da República entrem no radar dos investidores diante de sua importância para o desenvolvimento da economia do país. No caso de Jair Bolsonaro, a duração de sua estadia no hospital e qualquer intercorrência divulgada em boletins médicos são capazes de derrubar – ou animar – os negócios na bolsa brasileira.

Na terça-feira (12) e nesta quarta-feira (13), um dos motivos que mantém o mercado doméstico otimista é justamente a possibilidade de Bolsonaro sair ainda nesta semana do Hospital Israelita Albert Einstein, onde está internado desde 27 de janeiro para uma cirurgia de retirada da bolsa de colostomia que o acompanhava desde a facada recebida durante campanha eleitoral em setembro de 2018. 

Mas por que tamanho ânimo do mercado com a alta hospitalar? A resposta está no maior problema econômico do país atualmente e a fonte de esperança dos investidores: a reforma da Previdência. Enquanto Bolsonaro segue internado, as discussões em Brasília em torno do texto que será proposto continuam existindo, mas o aval depende dele. 

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“O maior tempo de Bolsonaro internado ‘paralisou’ discussões importantes em Brasília, que vão desde coisas simples (como definir cargos públicos e desligamentos de postos) até pautas fundamentais para a economia (cessão onerosa e reforma da previdência). Conforme o presidente volte à ativa, teremos maior clareza da velocidade que essas pautas vão tramitar. Lembrando que Jair deve conhecer nesta semana o texto final da reforma da previdência”, afirmam os analistas da Rico Investimentos, Thiago Salomão e Matheus Soares. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que a reforma da Previdência pode ser votada em maio deste ano, sinalizando colaboração dos parlamentares para dar prioridade ao tema.

Segundo o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, a possibilidade de o presidente receber a proposta de ainda no hospital está descartada a princípio. 

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Neste contexto, os aliados do governo aguardam a saída de Bolsonaro do hospital para dar sequência à reforma e, por isso, sua saída nesta semana, se confirmada, é tão importante.

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Do outro lado, há quem veja que, estrategicamente, esse período de “molho” não tenha sido tão ruim assim para a Previdência. “Ainda não surgiu uma proposta crível e definitiva para a reforma e o desenho deve contemplar, como em um jogo de xadrez, todas as possibilidades de ‘desidratação’ que pode ocorrer em âmbito congressual. O ponto fulcral continua a ser a idade mínima, onde haveria um estancamento primeiramente do elemento fiscal, para então buscar as soluções para o futuro do modelo”, pondera Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

O presidente Jair Bolsonaro recebeu alta ontem da Unidade de Terapia Semi-intensiva, após melhora do quadro clínico, e está internado em apartamento.  Bolsonaro teve aval de médicos para alta nesta quarta-feira, mas saída do hospital será decidida pelo Planalto, informa o Estadão, atribuindo a informação a médicos.

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, chegou a dizer ontem que Bolsonaro teria alta entre quinta e sexta-feira, mas Rêgo Barros foi mais cauteloso e não antecipou uma data. 

Caso as expectativas de alta ainda nesta semana sejam frustradas, o mercado pode devolver o otimismo como já aconteceu na semana passada, quando a bolsa teve um susto após o boletim médico de Bolsonaro apontar um quadro de pneumonia e a adiar a estimativa de alta. 

Assim, todos os olhos dos investidores estarão, nesta semana, no Hospital Israelita Albert Einstein e seu ilustre paciente. 

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