Popularidade de Dilma caiu e estatais dispararam: hora de entrar?

"A cada notícia como esta [de queda de popularidade, ou nas pesquisas eleitorais], é possível que haja uma alta dos papéis", dioz analista

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – As ações da Petrobras (PETR3, PETR4) , da Eletrobras (ELET3, ELET6) e do Banco do Brasil (BBAS3) registram forte alta na manhã desta quinta-feira (27), impulsionadas pela notícia de queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff.

Para analistas, estes papéis devem ter comportamento volátil este ano, justamente por conta das eleições. “A cada notícia como esta [de queda de popularidade, ou nas pesquisas eleitorais], é possível que haja uma alta dos papéis. Isso porque as empresas estatais sofreram muito com ingerência do governo federal e o mercado financeiro não gosta deste tipo de intervenção”, aponta o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi.

Galdi já recomendava a compra de Petrobras antes mesmo da notícia – a ação faz parte da carteira arrojada da SLW. “A Petrobras é uma empresa muito grande. A [Maria das] Graças Foster [presidente da companhia] já sinalizou que deve haver aumento de combustíveis este ano. Ainda assim, quem compra ações da Petrobras deve pensar no longo prazo. Os próximos resultados devem vir ruins, isso ainda pode pesar no desempenho das ações no curto prazo. Mas para quem pensa no longo prazo eu recomendo”, afirma Galdi, destacando que os papéis estão bastante descontados.

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Já em relação à Eletrobras, ele ressalta que o investidor precisa ter mais cautela. “A empresa é enorme, é um elefante branco que sofreu muito com as regras de concessões de energia elétrica. É um caso mais dramático, não recomendo compra”, afirma o analista.

Sobre o Banco do Brasil, Galdi também acredita que o banco possa trazer bons resultados no longo prazo, mas destaca que a intervenção do governo ainda pode prejudicar os papéis do banco.

Especulação
O analista da Solidez, Filipe Borges, ressalta que este movimento pontual de forte alta ou queda do preço das ações reflete muita especulação. Tanto que, na última semana, os papéis das estatais já haviam subido forte com rumores de que Dilma perderia pontos na pesquisa de intenção de votos do Ibope – o que não aconteceu.

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“O fundamento de fato não justifica 100% essa movimentação. Ela acontece mais em cima de boato, de especulação”, afirma. Borges recomenda a compra tanto de Petrobras quanto de Banco do Brasil em sua carteira mensal, porém, baseado na análise quantitativa. “Preferimos este tipo de análise para basear nossa indicação de compra”, afirma.

Carteira política
O analista da XP Investimentos, William Castro Alves, destaca que a pesquisa CNI Ibope foi feita antes da revelação de que a presidente Dilma Rousseff votou a favor da compra de parte da refinaria de Pasadena com base em um resumo juridicamente “falho.

Ele também lembra que esta foi a primeira vez, desde julho do ano passado (quando o país enfrentava uma onda de protestos) que a presidente interrompeu a trajetória ascendente de avaliação positiva. “ A presidente está longe de recuperar completamente a confiança que a população tinha nela nos dois primeiros anos de governo, que chegou a 75%”, destaca Alves.

 Assim, Alves destaca que, dentro desse cenário, a carteira “política”, com ações da Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobras tende a andar “descolada de fundamentos” e aponta um “market mover” relevante para o mercado no curto prazo.

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Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip