Política domina noticiário e pauta econômica é preocupação: os 5 assuntos do mercado nesta semana

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Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A semana começa com mais tensão no mundo político brasileiro, após divulgação da delação do ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, que coloca o presidente Michel Temer e os principais nomes de seu ministério no centro da Operação Lava Jato. Pesquisa Datafolha realizada antes da nova bomba contra o enfraquecido governo do peemedebista mostra que 63% da população brasileira quer a renúncia de Temer ainda em 2016 para que sejam convocadas eleições diretas, o que tende a trazer mais dores de cabeça no Planalto. O mesmo instituto mostrou que o nome de Marina Silva é o mais bem posicionado em todos os cenários de segundo turno.

Ainda no radar dos investidores, destaque para a última votação da PEC do Teto no Senado, discussões da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, além das intenções do governo em enviar a Lei de Diretrizes Orçamentárias ao parlamento ainda nesta semana, como contraponto à delação recente. Na agenda de indicadores, as atenções voltam-se para a reunião do Fomc (Federal Open Market Committee) nos Estados Unidos e para o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) no Brasil.

Na semana passada, o Ibovespa fechou em leve alta de 0,31%, a 60.500 pontos, com os investidores respondendo positivamente ao arranjo entre os poderes pela permanência de Renan Calheiros no comando do Senado e a sinalização de governabilidade à atual gestão pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. O dólar, por sua vez, fechou cotado a R$ 3,3729 na venda.

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Confira os principais assuntos da semana:

1. Bolsas Mundiais
A segunda-feira (12) começa indefinida para os principais índices acionários mundiais, apesar da disparada de 5% do petróleo. O movimento de euforia com a commodity ocorre após países não-membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) fecharem acordo de congelamento de produção. Na Europa, as atenções dos investidores voltam-se à continuidade das incertezas políticas na Itália e o aguardo pela decisão do Fomc pela nova taxa de juros norte-americanas, além de possíveis indicações sobre o ritmo da política monetária do Federal Reserve.

Ná Ásia, os mercados acionários da China sofreram a maior queda em seis meses, com as blue-chips sendo pressionadas por novas restrições regulatórias para conter os investimentos agressivos em ações de seguradoras, enquanto a alta dos rendimentos de títulos levou à realização de lucros em ações.

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Às 8h22, este era o desempenho dos principais índices:

* FTSE 100 (Reino Unido) -0,20%

* CAC-40 (França) -0,16%

*DAX (Alemanha) -0,35%

* Xangai (China) -2,49% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -1,44% (fechado)

* Nikkei (Japão) +0,84% (fechado)

*Petróleo brent +4,38%, a US$ 56,71, o barril

2. Delação da Odebrecht
O noticiário político do fim de semana foi carregado. As 82 páginas da delação premiada do lobista Cláudio Melo Filho, da Odebrecht, atingiu o núcleo duro do governo, inclusive o próprio Michel Temer, que foi citado 43 vezes. Ao todo, 51 políticos de 11 partidos, a sua maioria governista, foram citados. Outros 76 delatores da empreiteira ainda farão delação. Outro destaque do noticiário político é o levantamento Datafolha sobre as eleições de 2018. A pesquisa revela o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva ganhou terreno nas intenções de voto para o primeiro turno, mas a ex-senadora Marina Silva venceria todos os adversários em um eventual segundo turno. Já os possíveis candidatos do PSDB Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra permaneceram com os mesmos porcentuais de intenção de voto do levantamento anterior, realizado em julho. Outra pesquisa, divulgada no domingo (11), revela ainda que 63% dos entrevistados querem que Michel Temer renuncie para que haja nova eleição direta para presidente. Clique aqui para ver os números do levantamento Datafolha.

3. Indicadores da semana
A semane é de agenda fraca, mas dois indicadores são destaque. Na quarta-feira (14), às 17h (horário de Brasília) o Federal Reserve divulga a decisão da reunião do Fomc sobre os juros nos EUA. O mercado já precifica e dá como certo a alta das taxas, mas a expectativa maior fica para o discurso da chair Janet Yellen, que ocorre meia hora depois do comunicado. Especialistas e investidores ficam atentos para qualquer mudança de projeção ou alguma informação sobre o que a autoridade espera para 2017 após a eleição de Donald Trump. Na quinta-feira (15), às 8h30, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) de agosto será divulgado. O indicador mensal serve como uma prévia do do PIB oficial do país. A expectativa mediana dos economistas da LCA Consultores é de recuo de 0,5% na economia brasileira no período.

4. InfoMoney: entrevista com Guilherme Aché
Guilherme Aché é o entrevistado do InfoMoney Fora da Curva de hoje. Ele criou a Squadra Investimentos em abril de 2008, pouco antes da máxima histórica do Ibovespa e do estouro do subprime. Mesmo assim, seus dois fundos de ações rendem mais de 200% desde sua criação – enquanto o Ibovespa ficou praticamente de lado. Durante a entrevista, ele explica o grande caso de sucesso do seu fundo, a Equatorial – e por que ela ainda está barata na Bolsa. Discípulo assumido de Warren Buffett, Aché responde quais ações brasileiras o Oráculo de Omaha colocaria em sua carteira. Clique aqui para ver a entrevista completa.

5. Noticiário corporativo
Do lado das empresas, destaque para o anúncio de distribuição de juros sobre o capital próprio de R$ 0,47140 por ação pelo Itaú Unibanco, a aprovação do Cade para a venda de fatia da Petrobras no campo Xerelete Sul à Total, a captação de R$ 250 milhões da Magazine Luiza em recursos por meio de emissão de títulos de dívida e a elevação do rating da Suzano pelo Moodys, de Ba2 para Ba1.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.