PMDB cogita candidatura própria para se defender de culpa por apagão

Partido, que tem cargos-chave no setor elétrico, quer que o apagão seja tratado como um problema do governo, e não de gestão

Tainara Machado

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SÃO PAULO – Parte da cúpula do PMDB ameaça colocar em pauta uma eventual candidatura própria como resposta aos ataques de líderes petistas, que tentaram atribuir a representantes do partido a culpa pelo apagão que deixou 18 Estados sem luz na noite de terça-feira (10).

O PMBD já havia firmado um pré-acordo com o PT, no qual apoiaria a candidatura de Dilma Rousseff, atual ministra da Casa Civil. No entanto, segundo relatou a Folha de São Paulo, a candidatura própria seria um maneira de evitar que o partido fique desgastado por causa da pane elétrica.

O PMDB tem hoje o comando de cargos-chave no setor elétrico, como a presidências das estatais Furnas e Eletrobrás. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), indicou Edison Lobão para o cargo de ministro das Minas e Energia. Fontes próximas a Sarney afirmam que a intenção é que o apagão seja tratado como um problema de governo, e não de gestão.

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Segundo o Blog do Josias, o presidente Luís Inácio Lula da Silva teria dito a Lobão, “em timbre jocoso”, que no tempo da Dilma (referindo-se ao período que a pré-candidata ocupou a pasta de Minas e Energia) isso não acontecia.

Diretórios resistentes

A hipótese da candidatura própria ainda pode ganhar fôlego com o apoio do grupo ligado ao ex-governador Orestes Quércia, presidente do PMDB paulista. Aliado do governador de São Paulo, José Serra, Quércia não descarta a possibilidade de candidatura própria do partido.

Há ainda outros diretórios resistentes a um acordo com os petistas, como Pernambuco, Paraná e Bahia. Neste último, os dois partidos pretendem lançar candidatos na disputa pelo governo do Estado.

Na tentativa de resolver esses impasses e selar uma aliança federal, dez representantes de cada partido encontraram-se na semana passada para discutir possíveis soluções. Ricardo Berzoini, presidente do PT, disse acreditar que não haverá recuo no pré-acordo e que o PMDB apoiará a candidatura de Dilma Rousseff.

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