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A ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Gleisi Hoffmann, afirmou que o governo orienta o voto contra o PL da dosimetria, que reduz as penas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal aos condenados pela tentativa de golpe de Estado e envolvidos nos atos golpistas do 8 de Janeiro.
Em publicação nesta terça-feira (9), a ministra taxou a proposta como grave retrocesso diante de “um julgamento histórico, que pela primeira vez condenou os chefes de um atentado contra a democracia, incluindo um ex-presidente e oficiais generais”.

Relator do PL da Dosimetria diz que tempo de prisão de Bolsonaro cairá para 2 anos
Paulinho da Força detalha como PL da Dosimetria encurta tempo de prisão de Bolsonaro

Relator diz que PL da Dosimetria reduz penas de “Débora do Batom até Bolsonaro”
Paulinho da Força afirma que proposta vale para todos os condenados por crimes antidemocráticos e deve ser votada ainda hoje na Câmara
“O mesmo texto que propõe endurecer a progressão de pena para uma série de crimes concede um benefício para criminosos políticos já condenados”, destaca a ministra em sua publicação.
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Entenda o projeto
O PL da dosimetria, escrito pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), propõe uma reformulação ampla na interpretação do Código Penal e na Lei de Execução Penal no âmbito de crimes contra a democracia.
Sem falar diretamente em anistia, o texto tenta reformular como as penas são somadas e cumpridas — o que na prática, revisaria grande parte das condenações impostas pelo Supremo Tribunal Federal na trama golpista e nos atos antidemocráticos.
O texto foca principalmente na criação de um artigo que impede que crimes praticados dentro do mesmo contexto tenham suas penas somadas, como abolição violenta contra o Estado Democrático e depredação de patrimônio público federal.
Na prática, o texto poderá reduzir drasticamente as penas de figuras menores na escala dos eventos vistos em 8 de Janeiro, como a militante conhecida como “Débora do Batom” , até figuras-chave na trama golpista, como o ex-presidente preso Jair Bolsonaro.
Caso seja aprovado na Câmara dos deputados, o texto seguirá para o Senado, onde já há conversas preliminares entre governistas para tentar barrar o avanço da pauta.