Pizzolato: mensalão foi criado para derrubar Lula e oposição “quer tomar poder”

Ex-diretor do BB foi indiciado em nove crimes cometidos antes de fugir para a Itália, no fim do ano passado, e relacionados ao uso de documentos falsos em nome do irmão Celso Pizzolato, morto em 1978

Lara Rizério

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 SÃO PAULO – Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil (BBAS3) Henrique Pizzolato, deu entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, destacando que “a política sempre foi e é suja” e acusa a oposição de “querer tomar o poder”. 

“Com o dinheiro do Banco do Brasil não faltou um só centavo. Era impossível que alguém pegasse o dinheiro”, disse. Quando questionado de quem seria, então, a responsabilidade sobre a sua “crucificação”, afirmou: “Da oposição. O que eles queriam? Tomar o poder. Não estavam satisfeitos que um trabalhador, como Lula, estivesse no poder”.

Pizzolato foi indiciado em nove crimes cometidos antes de fugir para a Itália, no fim do ano passado, e relacionados ao uso de documentos falsos em nome do irmão Celso Pizzolato, morto em 1978. Condenado na Ação Penal 470, o ‘mensalão’, a uma pena de 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, Pizzolato afirma ter “todas as provas” que apontam para sua inocência. “Eu sabia que era inocente”, ressalta.

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Questionado por que, então, fugiu para a Itália – Pizzolato deixou o Brasil em novembro de 2013, um dia após a expedição de seu mandato de prisão – ele responde: “para me salvar”.

Pizzolato diz viver melhor agora do que seus últimos dias no Brasil, onde conta ter sido agredido pelas pessoas. “No Brasil, eu não poderia sair do meu apartamento”, afirma.

Ele critica, porém, o relato feito pela mídia sobre seu processo de fuga: “Ali tudo foi uma fantasia. As pessoas precisam da fantasia. Talvez, um dia, uma parte da imprensa vai entender que a calúnia não faz parte da liberdade de imprensa. A imprensa precisa trazer informações, e não ficção”.

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Um dos motivos alegados pela Justiça italiana para negar a extradição de Pizzolato foi a condição precárias dos presídios brasileiros. “As prisões são mediáveis. As pessoas são tratadas como animais”, opina ele. “Eu não prejudiquei ninguém. Eu encontrei uma maneira de proteger a minha vida”, comenta, ainda, sobre o fato de ter deixado o País para não cumprir a pena.

Sobre a reeleição da presidente Dilma Rousseff, ele apenas comentou que o “Brasil, de pouco a pouco, andará adiante”. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.