Pimco propõe que Brasil volte ao estilo-Lula de governar para atrair investidores

Em relatório em que destacou a falta de "Ordem e Progresso" no Brasil, Michael Gomez destacou o cenário complicado para o País e as políticas equivocadas do atual governo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O consenso quase completo de que o Brasil não é mais tão atraente para o investidor ficou evidenciado na última quinta-feira (23), com a divulgação do artigo de Michael Gomez, da Pimco, que ressaltou que há falta “Ordem e Progresso” ao Brasil, fazendo alusão à bandeira nacional. Com isso, a BM&FBovespa amargou perdas de 1,99%, o dólar disparou 1,27% e bateu os R$ 2,40. 

Além de destacar as políticas equivocadas do Brasil, a Pimco destacou que o País deve retornar as políticas do ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva para promover o crescimento, assim como domar o aumento dos preços ao consumidor e atrair os investimentos estrangeiros.

Os líderes do País, aponta a Pimco, maior gestora de bônus emergentes do mundo, têm tentado impulsionar o crescimento ao elevar gradualmente os gastos públicos e aumentar a concessão de empréstimos subsidiados pelo estado. Conforme destacou Gomez, o ” Brasil precisa ancorar a política econômica sob uma rigorosa e crível meta de superávit primário, em vez de executar o mix atual de política fiscal expansionista, empréstimos públicos subsidiados e política monetária cada vez mais apertada”. 

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“Investidores em mercados emergentes devem ser agora cautelosos com o Brasil, especialmente devido ao recente fraco desempenho”, disse. Ao mesmo tempo, ele avalia que “os ingredientes para retornos atrativos em renda fixa no Brasil no longo prazo estão dados”.

Para o executivo da Pimco, a alocação de recursos para o Brasil deve ser moderada devido à volatilidade vista nos mercados emergentes pela redução dos estímulos do Federal Reserve (banco central norte-americano) à economia dos Estados Unidos e antes da eleição presidencial no Brasil em outubro.

“A régua subiu para que as autoridades brasileiras mostrem progresso em restabelecer um mix de políticas para atrair investimentos, restaurar confiança e entregar um robusto crescimento com inflação moderada. Sem isso, a perspectiva de ordem nos mercados financeiros (e na bolsa) no Brasil são menos garantidas”, frisou Gomez.

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Vale ressaltar que, em meados de janeiro, um dos fundadores da Pimco, Bill Gross, engrossou o coro daqueles que não estão mais tão positivos com o cenário para o Brasil. Conforme apontou o gestor do maior fundo de renda fixa do mundo, o País já não é mais o preferido entre os emergentes da gestora há muito tempo, citando os títulos do México como bastante atrativos neste nicho, conforme ressaltado pela agência Bloomberg.

O título brasileiro em termos de reais registrou queda de 11% frente ao dólar em 2013, contra a queda média de 6,9% nos países emergentes, enquanto o real teve queda de 7,4% nos últimos três meses, em meio a um cenário de preocupação com a deterioração fiscal no Brasil. 

(Com Reuters)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.