Pimco elogia governo Lula e aponta pilares que levaram o Brasil ao desenvolvimento

Mohamed El-Erian destaca o bom desempenho do governo nos dois mandatos e os compromissos delegados para Dilma Rousseff

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Depois de oito anos no comando do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva deixa a sede do governo em grande estilo, ao contrário do que muitos apostavam quando iniciou sua jornada, em 2003, entre a desconfiança dos estrangeiros e da nação quanto ao rumo do Brasil.

A última pesquisa CNT/Sensus não deixa mentir. No seu último mês de mandato, Lula atingiu a maior avaliação positiva em toda história. Do total de 2 mil pessoas consultadas, 83,4% se mostraram satisfeitas com o governo – o mais elevado percentual dentre as 22 pesquisas realizadas entre abril de 2006 e dezembro de 2010.

Independente de viés político ou partidário, a evolução econômica do Brasil nestes últimos anos e o destaque que o País ganhou na cena internacional, principalmente após o bom desempenho relativo frente à crise global de 2008-2009, são méritos do governo Lula – que, na opinião de muitos, foi em vários aspectos uma extensão do governo anterior, de FHC.

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Mas qual a base de todo este sucesso?

Para responder esta pergunta e destrinchar um pouco do que foram estes oito anos de Brasil, Mohamed El-Erian, CEO da Pimco, a maior gestora de títulos do mundo, descreve os quatro pilares que nortearam Lula nesta difícil empreitada que foi elevar o País ao status de potência mundial.

Os quatro pilares
O primeiro, que foi a base de todo seu governo, foi reconhecer que não havia nenhuma contradição inerente entre estabilidade financeira e crescimento socio+econômico, afirma o CEO da Pimco, ao passo que Lula estruturou sua base governamental de tal forma a proporcionar mútuo desenvolvimento nas duas pontas.

Em segundo, a forma como o presidente foi explícito em suas ações, transparência que agradou investidores internacionais e tranquilizou a população, pois não fez questão em esconder os problemas que o Brasil precisava resolver e a política a ser adotada para confrontá-los, afirma El-Erian.

Definido o norte da política econômica, seu terceiro passo foi delegar “caras novas” para os ministérios, avalia o CEO da Pimco, atitude que foi bem recebida por estrangeiros e brasileiros, descreve.

Por fim, prezou pela integridade institucional e pela responsabilidade, principalmente quanto à autonomia operacional do Banco Central, afirma El-Erian, sacramentando a confiança dos investidores e o crescimento econômico visto nesta era Lula.

Legado para Dilma
Agora, fica para Dilma Rousseff e seus ministros a responsabilidade de administrar o legado deixado pelo governo, que, segundo a última pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), fechou 2010 com a menor taxa de desemprego desde 2002, dado ressaltado pela Pimco.

A expectativa de dias melhores e de crescimento econômico, não mais a ideia de país do futuro, foi uma conquista do governo Lula, destaca El-Erian, compromisso que deve ser levado como meta prioritária por Dilma.

Além de exemplo para a nação, o CEO da Pimco acredita que o modelo adotado por Lula para governar deve servir de inspiração para outros países, uma vez que o crescimento econômico fora acompanhado de perto pelo desenvolvimento interno, fórmula que beneficiou milhões de brasileiros e foi essencial para contornar as crises externas, o diferencial do Brasil nestes últimos anos.

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