PIB, IPCA e Relatório de Emprego guiarão o mercado em semana que “cautela” será a palavra-chave

Semana terá agenda de indicadores bastante movimentada, mas relatório de emprego deverá ser o dado que guiará os investidores, principalmente no exterior

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Encerrada a semana mais curta (mas bastante agitada) da Bolsa, os investidores devem se voltar para a agenda mais carregada de indicadores, apesar do sentimento geral ainda se manter para eventos “imprevisíveis”, com destaque para a reunião do Fomc (Federal Open Market Committee) e o cenário político brasileiro com o surgimento de novas delações premiadas.

No programa Visão Técnica desta semana, o analista Raphael Figueredo, da Clear Corretora, destacou que mudando as análises feitas nas últimas semanas, a cautela será importante para os investidores a partir de agora. Segundo ele, os investidores precisam ficar atentos ao nível dos 64 mil pontos e o patamar dos 68 mil será importante para mostrar a força da Bolsa neste momento.

Após a fala da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, nesta sexta-feira (3), o Relatório de Emprego nos EUA deverá ajudar a afinar as expectativas para alta de juros no dia 15 de março. O mercado segue apontando uma probabilidade de cerca de 90% de elevação neste mês. Além disso, dados na China também podem mover mercados, especialmente de commodities, como o Brasil, enquanto a reunião do BCE é destaque na Europa.

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No Brasil, PIB (Produto Interno Bruto) e IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) testam apostas do mercado em aceleração do corte de juros. Na terça-feira sai o PIB do quarto trimestre, com estimativa de queda pelos analistas consultados pela Bloomberg. A inflação será divulgada na sexta, com projeção de aceleração na comparação mensal e queda na anual. O mercado também monitora os passos do BC no câmbio, sendo que até agora a autoridade não iniciou a rolagem do próximo vencimento de swaps.

Maior fonte de demanda para produtos exportados pelo Brasil, como o minério de ferro, a China divulga dados de peso nos próximos dias. Entre 7 e 8 de março, sai a balança comercial, com estimativas apontando queda do saldo comercial, com importação crescendo mais que a exportação. Ainda saem números de inflação, com desaceleração do CPI e aceleração do PPI.

Por fim, por aqui, a agenda política segue no radar. O depoimento de Marcelo Odebrecht gerou uma grande turbulência, mas não foi visto por consultorias como Eurasia e MCM como ameaça ao presidente Michel Temer. Por enquanto, o mercado segue apostando na capacidade do governo de aprovar as reformas no Congresso. No Congresso, a reforma da Previdência ainda é destaque.

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Veja os principais eventos da próxima semana:

PIB do Brasil
Na terça-feira, às 9h (horário de Brasília) será divulgado o PIB (Produto Interno Bruto) do quarto trimestre. Para a equipe da Rosenberg Associados, ainda deverá ser registrada queda, sendo que o último trimestre do ano passado “deve ter sido o fundo do poço da atividade econômica, com taxas positivas (ainda que baixas) começando a ser registradas no primeiro trimestre de 2017”.

Dados na China
A semana será recheada de indicadores na China, mercado importante e que acaba afetando as empresas ligadas à commodities, especialmente o minério de ferro. Entre 7 e 8 de março, será divulgada a balança comercial, com estimativas apontando queda do saldo comercial, com importação crescendo mais que a exportação. Nos próximos dias ainda saem os números de inflação, com desaceleração do CPI e aceleração do PPI.

Reunião do BCE
Na quinta-feira 9h45, ocorre a reunião do Banco Central Europeu, que havia saído do radar dos investidores mas deve voltar a ganhar destaque.A expectativa é que os juros fiquem inalterados, mas há chances de uma surpresa por conta de eventuais comentários de Mario Draghi. Vale lembrar que a zona do euro divulga o PIB na terça-feira.

IPCA
Sexta-feira, às 9h, sai o dado de inflação do País. Para a Rosenberg, a expectativa é de alta de 0,43%, ficando acima da variação de 0,38% registrada no mês anterior. Por outro lado, os analistas reforçam que o IPCA deve continuar desacelerando na comparação em 12 meses, passando de 5,4% para 4,9%.

Relatório de Emprego
Por fim, um dos dados mais importantes da semana, na sexta-feira às 10h30 será divulgado o Relatório de Emprego nos EUA, considerado o único indicador que pode fazer o Federal Reserve não subir os juros no dia 15 de março. Mesmo assim, a expectativa é que o mercado de trabalho siga mostrando recuperação e praticamente confirme a elevação das taxas na reunião do Fomc na semana seguinte.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.