PGR rejeita delação de Beto Louco por falta de provas contra autoridades, diz site

Procuradoria considerou insuficientes as informações apresentadas pelo empresário investigado por lavagem de dinheiro ligada ao PCC

Marina Verenicz

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) rejeitou, ao menos por ora, a proposta de delação premiada apresentada pelo empresário Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como Beto Louco, investigado por suspeita de ligação com o PCC e por um esquema de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis. A apuração é do portal UOL.

Segundo o site, a negativa ocorreu após a avaliação de que o material entregue não trouxe provas suficientes para sustentar acusações envolvendo autoridades com foro privilegiado.

A proposta de colaboração foi encaminhada inicialmente pelo Ministério Público Federal no Paraná, responsável pela Operação Tank, e pelo Ministério Público de São Paulo, que conduz a Operação Carbono Oculto.

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Como o conteúdo citava políticos com prerrogativa de foro, o caso acabou sendo remetido à PGR, que analisou o pedido e ouviu a defesa do empresário no fim de novembro.

Após a avaliação, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, concluiu que os relatos apresentados não vinham acompanhados de elementos concretos que comprovassem as acusações.

Com isso, segndo a apuração, o pedido foi devolvido à primeira instância, sob o entendimento de que, naquele momento, não havia base probatória suficiente para justificar um acordo de delação no âmbito da PGR.

Apesar da recusa inicial, a possibilidade de colaboração não foi encerrada de forma definitiva. Fontes envolvidas na apuração indicam ao portal que, caso Beto Louco apresente novos documentos ou provas capazes de corroborar as informações, a negociação pode ser reaberta.

As investigações apontam que Beto Louco teria controlado empresas do setor de combustíveis utilizadas para ocultar recursos da facção criminosa. Segundo os investigadores, ele atuaria em conjunto com Mohamad Hussein Mourad, conhecido como Primo, apontado como um dos operadores financeiros do grupo.

O empresário também é descrito como alguém com trânsito em Brasília, frequentador do Congresso e com relações com dirigentes partidários, o que ampliou a repercussão política em torno da tentativa frustrada de delação.

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