Publicidade
A operação uma A operação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira (18) contra Jair Bolsonaro (PL), foi motivada por indícios de financiamento de ataques à soberania do País e receio de que o ex-presidente estivesse planejando fuga, segundo investigadores da PF.
Bolsonaro foi alvo de mandados de busca e apreensão e de medidas cautelares ordenadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida ocorre dias após os impactos do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil, iniciativa que, segundo investigadores, teve origem em articulações coordenadas por aliados de Bolsonaro nos EUA.

PF encontra petição da Rumble contra Moraes na casa de Bolsonaro
Nesta semana, a Justiça Federal da Flórida havia autorizado que as empresas Rumble e Trump Media, ligada ao presidente americano Donald Trump, anexassem uma nova ordem do ministro Alexandre de Moraes à ação que movem contra o magistrado brasileiro

Apoiadores de Trump queimam bonés do movimento MAGA após polêmica no caso Epstein
Os trumpistas queimaram os bonés para exigir do governo mais transparência em torno do caso

Decisão de Moraes impede Bolsonaro de falar com o filho Eduardo
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, medida de restrição de comunicações imposta a Bolsonaro envolve o filho, que está nos EUA; inquérito que levou à decisão foi distribuído a Moraes dois dias após tarifaço de Trump
De acordo com fontes da investigação ao O Globo, as restrições visam evitar uma tentativa de fuga de Bolsonaro. Investigadores relataram que o ex-presidente teria considerado recorrer a alguma embaixada estrangeira, a exemplo do que fez em 2023, quando permaneceu por meses nos Estados Unidos após a derrota eleitoral.
Continua depois da publicidade
“Ele já deu sinais de que pode buscar uma embaixada para fugir do país”, disse um dos investigadores. A mesma fonte classificou Bolsonaro como “parte central de tudo o que está acontecendo”, com impacto concreto na estabilidade institucional brasileira.
A operação está relacionada ao financiamento de atividades conduzidas por seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos. Em discurso público, o ex-presidente admitiu ter repassado R$ 2 milhões para a iniciativa, valor que, segundo os investigadores, teria sido usado em articulações com objetivo de promover sanções e desgastar instituições brasileiras.
“O ex-presidente admitiu publicamente que financiou a operação. Isso teve efeitos concretos a partir do tarifaço determinado por Trump contra o Brasil”, afirmou um dos investigadores da Polícia Federal ao G1.
Tentativa de golpe
Bolsonaro já é réu em uma ação penal que tramita no STF e investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Na segunda-feira (14), a PGR apresentou as alegações finais e pediu a condenação do ex-presidente por cinco crimes, entre eles associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
A PF afirma que a operação desta sexta-feira não se trata de prisão, mas de medidas “diversas da prisão”, previstas em decisão do STF.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente, em Brasília, e em seu local de trabalho, a sede do Partido Liberal. Durante a ação, a PF apreendeu ao menos US$ 14 mil em espécie, R$ 8 mil em dinheiro, um pendrive escondido em um banheiro, além de uma petição inicial da rede social Rumble contra o ministro Moraes.
Continua depois da publicidade
Além das buscas, o STF impôs uma série de medidas cautelares ao ex-presidente: uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno (entre 19h e 7h) e nos fins de semana, além da proibição de visitar embaixadas ou manter contato com embaixadores.