PF deflagra nova fase da Zelotes tendo Itaú e BankBoston entre os alvos; banco responde

A Zelotes investiga suspeitas de manipulação de julgamentos no Carf, vinculado ao Ministério da Fazenda, e o suposto pagamento de propina para a edição de medidas provisórias

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (1) a 8ª fase da Operação Zelotes tendo entre os alvos os bancos Itaú Unibanco e BankBoston. São cumpridos mandados de condução coercitiva e de busca e apreensão em São Paulo, Pernambuco e Rio de Janeiro.

Cerca de cem policiais federais cumprem 34 mandados judiciais, sendo 21 de busca e apreensão e 13 de condução coercitiva. Em São Paulo, a PF realiza 19 buscas e 11 conduções coercitivas. Para o Rio de Janeiro, há um mandado de busca e outro de condução coercitiva, assim como ocorre em Pernambuco.

A PF identificou que houve sucesso na manipulação de processos administrativos fiscais em ao menos três ocasiões. Os investigados poderão responder, na medida de suas participações, pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, advocacia administrativa tributária e lavagem de dinheiro.

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De acordo com a PF, a nova etapa da operação indica a existência de “conluio entre um conselheiro do Carf e uma instituição financeira” entre 2006 e 2015. O esquema envolvia escritórios de advocacia e empresas de consultoria e a manipulação de processos administrativos fiscais em ao menos três ocasiões foi bem-sucedida.

A Zelotes investiga suspeitas de manipulação de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), vinculado ao Ministério da Fazenda, e o suposto pagamento de propina para a edição de medidas provisórias. Procurado, o Itaú não estava disponível imediatamente.

Resposta do Itaú
O Itaú Unibanco confirmou que a Polícia Federal fez diligência nas dependências da instituição nesta quinta, com o objeto da operação sendo documentos relativos a processos tributários do BankBoston, segundo nota do banco à imprensa.

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A instituição financeira disse que o contrato de aquisição com o Bank of America das operações do BankBoston do Brasil, em 2006, não abrangeu a transferência, para o Itaú, dos processos tributários do BankBoston e que por isso “esses processos continuaram de inteira responsabilidade do Bank of America”. “O Itaú não tem qualquer ingerência em tal condução, inclusive no que se refere à eventual contratação de escritórios ou consultores”, disse o banco na nota.

Com Reuters

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.