PF deflagra nova fase da Zelotes que tem Gerdau como alvo; presidente da empresa vai depor

O empresário não foi encontrado pela PF, mas se comprometeu a comparecer para prestar depoimento

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (25) mais uma fase da Operação Zelotes, tendo como alvo é a empresa Gerdau (GGBR4). A siderúrgica é investigada por suposta compra de decisões no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).

A PF cumpriu 18 mandados de busca e apreensão e 20 de condução coercitiva (quando a pessoa presta depoimento na delegacia e depois é liberada) no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e no Distrito Federal. Nenhum mandado é de prisão. Segundo a Polícia Federal, foram apreendidos documentos, pendrives e computadores.

O presidente da empresa, André Gerdau, e mais um membro da diretoria do grupo, foram alvos da Operação. Ele teve autorizado mandado de condução coercitiva. O empresário não foi encontrado pela PF, mas se comprometeu a comparecer para prestar depoimento.

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Segundo a delegada da PF Fernanda Costa de Oliveira, esta fase da Zelotes nada mais é que uma individualização dos inquéritos de contribuintes que tinham sido identificados na primeira fase da operação, iniciada em março de 2015. Ela destacou, entretanto, que nem todos os 70 contribuintes identificados têm potencial operacional ou terão inquéritos individualizados. “Esse deflagrado hoje investiga somente os casos da Gerdau”, explicou Fernanda.

Em nota, a Gerdau confirmou que a Polícia Federal está, hoje pela manhã, em suas dependências em relação à Operação Zelotes. A empresa afirmou que “está colaborando integralmente com as investigações da Polícia Federal”. “Gerdau não concedeu qualquer autorização para que seu nome fosse utilizado em pretensas negociações ilegais, repelindo veementemente qualquer atitude que tenha ocorrido com esse fim”, afirmou.

A empresa afirmou que possui rigorosos padrões éticos na condução de seus pleitos junto aos órgãos públicos e “reafirma que está, como sempre esteve, à disposição das autoridades competentes para prestar os esclarecimentos que vierem a ser solicitados”.

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Multas
A Gerdau possuía várias multas a serem julgadas pelo Carf, envolvendo autuações da Receita Federal por questões fiscais. “Ela, então, celebrava contrato com escritórios de advocacia e de consultoria, que tinham contato com conselheiros do Carf e realizavam acordos para que as sentenças fossem favoráveis à Gerdau”, disse a delegada.

A suspeita é que o grupo tenha atuado junto ao Carf para evitar o pagamento de multas que chegam a R$ 1,5 bilhão. “A ação seria julgada [pelo Carf] em abril, a deflagração da operação foi em março. Então, esse prejuízo não foi efetivado”, disse. Segundo a Polícia Federal, foram apreendidos documentos, pendrives e computadores.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.