Petrobras: gasto extra com pré-sal pode chegar a US$ 10 bilhões em 5 anos

Gabrielli rebate críticas quanto ao novo marco regulatório e diz que queda nas ações não reflete maior participação do governo

Anderson Figo

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SÃO PAULO – Segundo informou o diretor financeiro da Petrobras (PETR4), Almir Barbassa, nesta terça-feira (1), a exploração do petróleo da camada pré-sal deve exigir da estatal, nos próximos cinco anos, um investimento adicional de cerca de US$ 10 bilhões, além do orçamento previsto para o período, que é de US$ 30 bilhões.

“O impacto maior virá no futuro, quando teremos uma produção muito diferente da de hoje, com um fluxo de caixa maior, um rebalanceamento do conjunto de projetos. O pré-sal ganha mais peso no nosso portfólio, enquanto as demais áreas começam a diminuir”, afirmou.

Segundo Barbassa, a Petrobras deve fazer uma capitalização para financiar essa exploração assim que o Congresso Nacional aprovar o novo marco regulatório do setor, enviado na véspera (31) pelo governo, em regime de urgência. “Vamos trabalhar para ficarmos prontos para a capitalização, tão logo tenhamos a lei aprovada”, disse. O diretor ainda revelou que a operação pode ser realizada “em até menos de um mês” após a aprovação do projeto.

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Gabrielli

Após diversas críticas geradas depois do anúncio de que o governo vai aumentar sua participação na estatal, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, defendeu a situação, alegando que atualmente a intervenção dos governos na área de petróleo é um processo natural.

“Hoje, estamos vivendo uma situação de que o futuro apresenta uma grande possibilidade de escassez de petróleo. Ter acesso a reservas é um problema que interessa a todos os governos. Os estados produtores tentarão extrair o máximo possível da renda petrolífera. Quem pensar que o livre mercado vai determinar decisões de investimentos está em horizonte equivocado”, declarou.

Sobre a queda observada no preço de cotação das ações da petrolífera, Gabrielli destacou que não existe relação com o novo marco regulatório. Segundo ele, a queda nas ações é normal diante do anúncio de alguma capitalização. “A grande queda ocorreu antes do anúncio (…) A queda tem muito a ver com que aconteceu na China no dia anterior e com o preço do petróleo”, concluiu.

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