Petrobras concorre a “prêmio” de maior escândalo de corrupção do mundo; “disputa” é grande

Entidade Transparência Internacional abre hoje uma votação para escolher o caso mais simbólico de corrupção; 15 casos estão entre os finalistas

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A entidade Transparência Internacional, referência no combate para a corrupção no mundo, abre nesta quarta-feira (9) uma votação para escolher o caso mais simbólico de corrupção. E, entre as candidatas para o “prêmio”, está a Petrobras (PETR3;PETR4), por conta do esquema deflagrado pela Operação Lava Jato no ano passado e que teve muitos desdobramentos neste ano.

A votação é parte da campanha “Desmascarar a Corrupção” e ocorrerá até o dia 9 de fevereiro. O caso da Petrobras está entre os “15 finalistas”, que passaram por uma peneira de 383 casos propostos para a eleição.

Entre os “concorrentes” para o prêmio, estão diversos casos notórios de corrupção, alguns deles também envolvendo brasileiros. Banco Espírito Santo, de Portugal, Zine Al Abidine Ben Ali, o ex-presidente da Tunísia, a Fifa, o ex-presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, o ex-líder do Egito Hosni Mubarak, o comércio de pedras preciosas em Myanmar, a situação de Teodoro Obiang na Guiné Equatorial, a empresa pública China Communications Construction Company, o estado americano de Delaware ou o ex-presidente da Ucrânia Viktor Yanukovych também podem se “consagrar” vencedores da premiação.

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No caso da Fifa, muitos brasileiros estão envolvidos, foram indiciados ou estão sendo investigados pela Justiça dos EUA. Dentre eles, os ex-presidentes da CBF Ricardo Teixeira, José Maria Marin, João Havelange e o presidente licenciado da Confederação Marco Polo Del Nero. Já no caso do Panamá, as suspeitas também recaem sobre o envolvimento da empreiteira Odebrecht no pagamento de propinas: a companhia é uma das investigadas na Lava Jato e seu presidente, Marcelo Odebrecht, que foi preso no âmbito da Operação.

Em comunicado, a entidade destaca que a grande corrupção é o abuso do poder em alto nível que beneficia poucos a custos de muitos e provoca danos graves aos indivíduos e à sociedade. “Muitas vezes, ficam impunes. Tratam-se de milhões de vítimas em todo o mundo”, afirma.

“Queremos que o maior número possível de pessoas se engajam no combate à corrupção e nós vamos ajudar a concentrar esses esforços, mostrando o que precisa ser feito pelos governos e indivíduos. Nós estamos chamando a todos para fazer parte da grande luta para acabar com a corrupção e trazer os corruptos para a Justiça “, disse o presidente da entidade, o peruano Jose Ugaz. A votação ocorre pelo site https://www.unmaskthecorrupt.org/.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.