Pesquisa do MDB dá banho de água fria em Alckmin e traz risco de isolamento nas eleições

Segundo levantamento obtido pelo jornal O Globo, se a convenção da legenda fosse hoje, a possibilidade de apoiar a candidatura do tucano seria rejeitada por 508 votos entre os 629 delegados da cúpula emedebista

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Uma pesquisa interna realizada pelo MDB mostra que uma eventual aliança com o PSDB na disputa presidencial é rechaçada por 20 dos 27 diretórios estaduais do partido. Segundo levantamento obtido pelo jornal O Globo, se a convenção da legenda fosse hoje, a possibilidade de apoiar a candidatura do tucano seria rejeitada por 508 votos entre os 629 delegados da cúpula emedebista.

O levantamento ocorre em meio a tentativas de aproximação lançadas por lideranças do PSDB em direção ao presidente Michel Temer, com vistas às eleições de outubro. As conversas renderam uma nova onda de especulações sobre uma possível formação de chapa envolvendo Alckmin e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles na posição de vice. Cada vez mais, Temer tem sinalizado nos bastidores para a candidatura do economista recém-filiado ao MDB.

Conforme revela a reportagem do jornal, o levantamento mostra um abismo entre emedebistas e tucanos. Dentre todos os diretórios estaduais do partido, apenas cinco apoiariam o ex-governador de São Paulo na corrida presidencial: Espírito Santo, Tocantins, Bahia, Roraima e Acre. Já o Ceará, berço eleitoral do presidente do Senado Eunício Oliveira, costura-se um arranjo com o pré-candidato Ciro Gomes. Pernambuco, por sua vez, aparece no levantamento do Palácio do Planalto como território indefinido.

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A partir do levantamento, a reportagem de O Globo foi a campo ouvir os diretórios estaduais do MDB sobre uma eventual candidatura de Meirelles. Das 20 unidades emedebistas, 11 manifestaram apoio ao ex-ministro, quatro não revelaram preferência e cinco disseram oficialmente preferir não ter candidatura própria, ainda que isso contrarie o presidente. Neste último caso, a ideia seria ter liberdade para coligações estratégicas nos estados, a fim de eleger grandes bancadas no Legislativo e até ter melhores condições em disputas por governos.

Ainda faltam cinco meses para o primeiro turno e boa parte das estratégias dos partidos será definida apenas nas convenções nacionais, em julho. Além disso, os arranjos estaduais serão relevantes para as costuras em nível nacional. Nesse sentido, acredita-se que o sucesso ou fracasso de Alckmin nessa tarefa necessariamente passa pelo processo político em São Paulo. Estagnado nas pesquisas, o tucano pode enfrentar crescentes dificuldades em convencer lideranças partidárias de sua viabilidade eleitoral.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.