Pesquisa complica ainda mais situação de Dilma e traz novo fôlego ao “volta Lula”

Queda da popularidade veio em um momento já complicado para a presidente e deve ter efeitos sobre a sua capacidade de negociação no Congresso em meio à CPI da Petrobras

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A divulgação da última pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias) foi bem recebida pelo mercado, mas com certeza deve ter sido uma grande dor de cabeça para a presidente Dilma Rousseff. Mas como estes números devem se refletir no governo da presidente e em sua candidatura à reeleição em outubro?

A pesquisa mostrou que o percentual de pesquisados que consideram o governo de Dilma Rousseff bom ou ótimo caiu sete pontos percentuais em março deste ano na comparação com novembro de 2013 – indo de 43% para 36%. Foi a primeira vez, desde julho do ano passado, logo após os protestos na rua, que a presidente interrompeu a trajetória ascendente da avaliação positiva. 

O percentual dos entrevistados que aprovam a maneira da presidente Dilma de governar caiu de 56% para 51%, ao mesmo tempo que aquelas que desaprovam a maneira da atual presidente de governar subiu de 36% para 43%. A confiança na presidente Dilma diminuiu de 52% para 48%. O percentual que não confiam nela subiu no mesmo período de 41% para 47%. O índice dos que não souberam ou não quiseram responder essa pergunta também oscilou de 7% para 5%. 

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Cabe destacar a opinião negativa a respeito da atuação do governo no combate ao desemprego e à inflação: 57% desaprovam o governo no combate ao desemprego, nível recorde desde início do governo Dilma. Também está no ponto mais alto a desaprovação ao combate à inflação: 71%.

Conforme aponta a LCA Consultores, esses números negativos chegam em um momento politicamente complicado para a presidente Dilma, justamente quando a oposição conseguiu apoio de senadores da base governista no Senado para instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) a fim de investigar a Petrobras (PETR3;PETR4) sobre a compra da refinaria de Pasadena, que saiu por um valor bem mais alto do que realmente valia. 

A queda da popularidade do governo reduzirá sua capacidade de enfrentar dissidências no Congresso, ou aumentará o custo, medido em termos de distribuição de cargos e verbas, para conter os rebelados. Prejudicará também a tentativa do governo de convencer alguns senadores a retirar assinaturas do requerimento de criação da CPI”, destacam os economistas da consultoria.

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Além disso, apontam, os números ruins do Ibope devem também dar algum fôlego ao movimento “volta Lula”. Desta forma, Dilma está em uma situação bastante complicada em termos políticos. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.