Perspectivas: saiba o que pode mexer com o mercado no 2º semestre

Cenário externo segue como principal preocupação, mas especialistas veem certo alívio nos negócios de risco daqui pra frente

Mariana Mandrote

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SÃO PAULO – Após um início de ano bastante negativo, por conta da crise da dívida na Zona do Euro e de sinais de desaceleração da economia global, o que esperar para o segundo semestre de 2012? Especialistas ouvidos pelo portal InfoMoney afirmam que o cenário externo ainda será a principal fonte de preocupação do mercado, com destaque para a situação da Europa, mas também acreditam que a segunda metade do ano pode vir acompanhada de certo alívio às operações de risco ao redor do globo.

“Um conjunto de notícias desanimadoras já foi dado, o que me deixa um pouco mais otimista sobre o mercado de ações daqui para frente”, afirma o economista da Gradual Investimentos, André Perfeito.

Surpresa europeia
De fato, ao longo do primeiro semestre, o cenário sofreu pouca, ou nenhuma, mudança. Mês após mês, os investidores praticamente assistiram a uma repetição dos acontecimentos, com pouco avanço nas discussões para conter a crise internacional e indicadores fracos, principalmente de EUA e China, alimentando receios sobre o ritmo de crescimento global.

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Porém, nos últimos dias de junho, o Velho Continente deu um passo importante para acalmar os mercados, com a aprovação de um pacote de estímulo de € 120 bilhões, da recapitalização direta dos bancos e da compra de títulos públicos de países da região por meio dos fundos europeus.

“Vimos medidas palpáveis na última reunião, coisa que não vimos nas demais. Por conta disso, o mercado ensaia um movimento de reversão, no qual os investidores começam a ficar mais propícios ao risco”, acredita o analista da Omar Camargo, Felipe Rocha.

E não é só isso…
Fora a mais recente notícia da Europa, o próprio quadro negativo desenhado na primeira etapa do ano pode abrir espaço para uma recuperação nos últimos meses de 2012. Isso porque, de acordo com Perfeito, existem diversas ações “baratas”, depois do processo de realização vivido pelas bolsas globais este ano.

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Do lado econômico, também há espaço para algum tipo de “surpresa positiva”, de acordo com o economista. “Após uma série de dados ruins, a tendência no segundo semestre é de certa melhora, levando em consideração os incentivos anunciados pelos governos e a base de comparação mais baixa”, explica.

Não são apenas flores
Apesar de otimistas, os especialistas não negam que o mercado ainda encontrará entraves pela frente, principalmente vindos da Europa. “Existe uma euforia com esse evento de Bruxelas, mas que, na minha opinião, será momentânea. Os problemas na Europa ainda são muito aprofundados e estamos muito longe de ver uma estabilidade”, defende o economista Ricardo Torres.

Outros, como é o caso de André Perfeito, acreditam na estabilização da situação europeia no segundo semestre, mas não descartam o risco de uma piora de cenário. O fato é que a Europa ainda sofre riscos associados a uma ruptura do bloco do euro e de um colapso financeiro como o vivido em 2008.

“A Zona do Euro ainda não expulsou a Grécia porque não encontrou a melhor maneira de fazê-lo, mas acho que eventualmente o país terá de sair do bloco”, avalia Torres, sem descartar a possibilidade do evento ocorrer ainda este ano.

Também está no radar
Ainda que em proporção menor, Estados Unidos e China também continuam como foco de preocupação no segundo semestre, em função de dúvidas sobre o ritmo da atividade econômica.

Na China, a dúvida é se o crescimento será mais ou menos expressivo, apesar de especialistas não enxergarem um queda abrupta na segunda metade do ano. “No segundo semestre, como talvez nos próximos anos, o Brasil está sozinho. O País não terá um incentivo, como a China foi nos últimos anos”, alerta Perfeito.

Dos Estados Unidos, também pode vir um momento de incerteza devido às eleições presidenciais em novembro. Além disso, os investidores aguardam um terceiro pacote de estímulo, conhecido como “quantitative easing”, depois de uma cesta de indicadores fracos no início do ano.

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