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SÃO PAULO – A carta que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) enviou para Dilma Rousseff (PT) na noite de segunda-feira (8) vem sendo o grande destaque desta terça, mas nem dentro do próprio partido o peemedebista tem total apoio em sua atitude. Aliados do governo dentro da sigla teriam criticado duramente a carta que Temer enviou onde ele diz ser tratado como elemento “decorativo” e ter sido “menosprezado” pela presidente.
Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, num primeiro momento, alguns integrantes da cúpula do PMDB chegaram a questionar até a autenticidade do texto. De acordo com a publicação, a carta deixou a todos “atônitos” e um dos trechos foi considerado “infantil” por parte dos presentes, no qual Temer se queixa de não ter sido chamado por Dilma para participar da reunião realizada no começo do ano com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Já o jornal O Globo afirma que lideranças, como o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ex-senador José Sarney, consideraram, segundo pessoas próximas, que o presidente do partido se “apequenou” ao tratar de cargos e questões pessoais. O grupo de Renan critica Temer nos bastidores, afirmando que, em um momento grave como o atual, não há uma linha sobre a conjuntura política e econômica, só “mi-mi-mi-Michel”.
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Renan Calheiros ainda teria feito as críticas mais duras a Temer, afirmando que “ele repetiu seu papel predileto, de gerente de RH”, segundo informações do Jornal do Brasil. “O pior papel que o PMDB pode fazer é substituir o PT naquilo que o PT tem de pior, que é no aparelhamento do Estado. O PMDB não pode transformar a coordenação política, sua participação no governo, em uma articulação de RH, para distribuir cargos e boquinhas”, teria dito Renan.