“PEC do Teto foi brincadeira de criança perto do que será a Reforma da Previdência”, diz analista

Em entrevista ao InfoMoney, o analista político da XP Investimentos, Richard Back, faz uma leitura sobre os desafios a serem enfrentados pelo governo Michel Temer nos próximos anos e o cenário que se desenha para 2018

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Há uma recuperação do nível de confiança por parte dos investidores internacionais com o governo brasileiro na medida em que a agenda de ajustes fiscais avança no Congresso Nacional. Apesar do viés positivo, as incertezas geradas pelas consequências da Operação Lava Jato ao sistema e os nomes da política tradicional do país são fatores que jogam contra atitudes mais ousadas por parte de quem tem interesse em investir na economia brasileira e acredita que o pior da crise já passou. Além disso, há um clima de cautela em meio ao desafio que representa a discussão de uma Reforma da Previdência e o texto que será possível aprovar.

Essa é a percepção que o analista político da XP Investimentos, Richard Back, tem tido quando conversa com investidores estrangeiros sobre a possibilidade de acreditar em projetos e alocar recursos ao país. O especialista acompanhou de perto os esforços da equipe de Michel Temer em sua última viagem aos Estados Unidos. “Há uma recuperação interessante de confiança. Mas também há uma grande preocupação com Lava Jato, sobre quem realmente está implicado e vai ser processado e quem não vai”, contou o analista político da XP em entrevista que ocorreu ao vivo na InfoMoneyTV na última quinta-feira (3).

“Estão querendo ver ações mais concretas: a votação do teto de gastos ser concluída é importante; propor uma reforma da Previdência que seja ampla, para o investidor estrangeiro, também é importante”, afirmou. Segundo ele, houve certa frustração com o resultado dos recursos que até o momento entraram no país, mas há uma perspectiva mais confortadora para o futuro: “O que me disseram em Nova York é que está na fase do Power Point e até agora ele está mais positivo do que negativo. Há bastante interesse em vir para o Brasil. Agora, ainda estão calculando quando. Ninguém quer ser o primeiro nem o último”.

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Um dos desafios que ainda nutrem a aversão a riscos maiores pelos investidores estrangeiros é a própria reforma da Previdência. Sobre esse tema, Back espera que ocorra alguma aprovação, mas que o texto terá de ser amplo e ao mesmo tempo equilibrado, para que conflitos simultâneos em muitos flancos sejam, na medida do possível, evitados. “Eles devem eleger quatro ou cinco pontos que serão inegociáveis, e o resto vão ver o que fazer”, avalia o analista.

“A PEC dos gastos foi brincadeira de criança perto do que vai ser a Previdência. Essa matéria vai ser muito mais complicada”, pondera. De qualquer forma, ele acredita que o resultado tende a ser favorável ao governo: “Mantido o clima político de hoje, acreditamos que o governo consegue passar a maior parte do que vai e com um calendário razoável, de terminar até agosto”.

Assista ao segundo bloco da entrevista [para ver a primeira parte, clique aqui]:

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.