Paz entre EUA e Coreia do Norte? Para consultor, Kim está jogando com Trump

Donald Trump e Kim Jong-Un se reunirão em breve para discutir política nuclear do asiático - mas analistas mostram ceticismo

Luis Taveira

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SÃO PAULO – Em meio ao anúncio de sobretaxação nas importações de aço e alumínio para os EUA, proposta por Donald Trump, outra informação também ganhou destaque no cenário internacional: a possível reunião entre o presidente norte-americano e Kim Jong-Un, líder da Coreia do Norte para que seja discutida a política nuclear do país asiático.

Esta notícia é uma contraposição ao recente histórico de troca de faíscas tanto em discursos oficiais até nas redes sociais (neste caso, mais no caso de Trump). Os sinais dados até recentemente eram entendidos como de continuidade da tensão entre os dois países e que poderia culminar em sanções rigorosas à Coreia do Norte ou até mesmo, em um caso extremo, em uma guerra nuclear. 

Porém, os temores se amenizaram com a notícia do encontro entre os dois marcado para maio. Trump falou em “grande progresso” com plano para encontrar ditador norte-coreano. “Kim Jong Un falou sobre desnuclearização com representantes da Coreia do Sul, não apenas um congelamento”, disse presidente dos EUA.

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Contudo, especialistas consultados pelo CNBC, afirmaram que Donald Trump corre o risco de agir exatamente como seus antecessores: dar concessões à Coreia do Norte e não parar o progresso nuclear do país, fato amplamente criticado pelo presidente. Ou seja, ao oferecer o encontro, Kim estaria só jogando com o presidente. “Concordar em se reunir com Kim Jong-Un, sem nenhum plano concreto em direção à desnuclearização é uma grande reversão para a política dos EUA”, disse John Wolfsthal, antigo assistente do ex-presidente Barack Obama.

Cabe destacar que Trump, em conversa realizada há um mês com o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, afirmou que somente haveria uma reunião com a Coreia do Norte apenas quando houvesse uma completa, verificável e irreversível desnuclearização. Todavia, este agendamento, recentemente divulgado, contrapõe a fala do presidente, proferida um mês atrás.

Os analistas da consultoria Eurasia afirmaram que a reunião é uma vitória política para Kim e que o ditador conseguiu provar seus status de igualdade com o presidente norte-americano, além de ter demonstrado que a Coreia pode ser reconhecida como uma potência nuclear de fato. Ainda, de acordo com Sung-Yoon Lee, professor de estudos coreano na Fletcher School of Law and Diplomacy da Universidade Tufts, Kim está jogando com Trump, em uma jogada que remete ao que já fez o seu pai, Kim Jong iI, que governou a Coreia do Norte de 1994 a 2011. Durante seu governo Kim Jong il “criou um clima crescente de crise” antes de acenar ao governo Bill Clinton com um convite para visitar Pyongyang, relembra Yon. 

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