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SÃO PAULO – O mercado e os cientistas políticos parecem não ter se convencido muito com a entrevista de Dilma Rousseff (PT) ao Jornal Nacional, ontem à noite.
A presidente Dilma demonstrou dificuldades para enfrentar as perguntas feitas durante sua sabatina no Jornal Nacional, apresentada por William Bonner e Patrícia Poeta. Indagada sobre as condições da saúde pública, a petista admitiu que há muito o que melhorar e que este é um dos maiores desafios do Brasil. Dilma afirmou ter chamado os médicos cubanos, para então atingir a meta que gostaria de 14 mil médicos. Patrícia Poeta a interrompeu e questionou se a situação da saúde é minimamente razoável. “Não”, disse a presidente. Segundo ela, é preciso investir nas especialidades, com o aumento de médicos especialistas para conseguir elevar a rapidez em diagnósticos.
Sobre corrupção, a presidente disse que não comentaria sobre o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tentou afastar seu nome das denúncias e preferiu evidenciar os programas que teria estabelecido para propiciar mais transparência ao governo.
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“A Dilma Rousseff da entrevista esteve parecida com a de sempre, e não uma candidata capaz de produzir impacto eleitoral com suas palavras, ressaltou a equipe de análise da Guide Investimentos. E, “como esperado, não respondeu exatamente as perguntas que recebeu, nem as aproveitou para firmar uma vantagem em relação a Aécio [Neves, do PSDB] e Marina [Silva, do PSB]. A opinião comum é que Aécio e especialmente Campos [que faleceu no último dia 13 de agosto] usaram melhor suas oportunidades ali”, ressaltou a equipe.
Ontem, em entrevista ao InfoMoney, o cientista político da Universidade de Brasília (UnB), David Fleischer classificou com estas duas palavras a performance da presidente Dilma: despreparada e nervosa. Para o especialista, diante das perguntas contundentes e da postura firme dos jornalistas, a petista não soube responder à altura e acabou tentando evitar os temas mais polêmicos. “Ela fugiu da raia e ficou devendo durante toda a entrevista. Como presidente e candidata à reeleição, Dilma deveria ter se esforçado para evitar qualquer resposta pouco clara ou que pudesse ser interpretada como enrolação”, afirmou Fleischer. “Ao final de tudo, a interpretação que se tem é que a petista não sabia como responder algumas perguntas desconcertantes e acabou por não falar nada que pudesse atrair o eleitorado para sua bancada”, completou.
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