Para ser sustentável, real precisa perder 20% de valor frente ao dólar, diz Jim O’Neill

Economista do Goldman Sachs, criador da sigla Bric, acredita que somente neste patamar o País poderá manter a competitividade

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O maior desafio das autoridades monetárias do Brasil é enfraquecer o real frente ao dólar, de acordo com Jim O’Neill, economista do Goldman Sachs. Para ele, a moeda brasileira deve se desvalorizar 20% em relação ao dólar para ficar a um patamar sustentável, mantendo a competitividade da maior economia da América Latina, disse ele em entrevista para a Bloomberg. 

O’Neill, que foi o criador da sigla Bric (Brasil, Índia, Rússia e China) – usada para designar os países emergentes que apresentam um alto grau de crescimento em sua economia -, afirmou ainda que a decisão do Banco Central brasileiro de reduzir a taxa Selic em 0,75%, para 9,75% no ano, foi boa para a economia.

Dólar mais fraco
As declarações do economista vêm em um momento de forte valorização do real, que apresentou alta de 8,7% frente ao dólar nos dois primeiros meses do ano. Entretanto, desde o começo de março, quando o Brasil passou a realizar diversas medidas para conter a valorização da moeda nacional – como a extensão do IOF e os leilões de swap cambial reverso – o real passou a ter forte desvalorização, caindo para cerca de 5% neste mês.

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O real valorizado prejudica as exportações brasileiras, pois torna o custo dos produtos nacionais mais alto em relação aos estrangeiros. Além disso, aumenta a concorrência interna, pois barateia as mercadorias importadas. 

Excesso de liquidez 
O cenário de injeção de liquidez pelos países desenvolvidos para reverter o cenário de crise foi criticado pela presidente Dilma Rouseff, que classificou o evento como um “tsunami monetário”. Os investidores e exportadores trouxeram US$ 15,5 bilhões ao Brasil desde o começo do ano. No mesmo período de 2010, o volume foi de US$ 3 bilhões. Tamanha quantidade de moeda estrangeira no país contribui para a valorização do real em relação ao dólar.

Assim, como forma reverter essa valorização, as autoridades monetárias brasileiras aumentaram as tarifas para investimento estrangeiro nos mercados de renda fixa, além de diminiur a taxa Selic e impor novas tarifas para o mercado de derivativos de câmbio. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.