Para fechar contas, governo Dilma teve que buscar socorro de empresas estatais

Para compensar a arrecadação abaixo do esperado, o governo recorre ao "velho hábito" de extrair dividendos, ou parcela de lucros, das estatais

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Com a arrecadação do governo federal por meio de impostos decepcionando mais uma vez no mês de março, o governo de Dilma Rousseff teve que recorrer às empresas estatais para abastecer o seu caixa, conforme apontado pelo jornal Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (25).

Segundo o jornal, dados preliminares mostraram que a receita dos tributos federais teve crescimento inferior a 2% frente ao mesmo período de 2013, descontando a inflação. Enquanto isso, a arrecação do Imposto de Renda da Pessa da Pessoa Jurídica caiu 9% no primeiro bimestre de 2014 e ficou R$ 2 bilhões abaixo do previsto. No mês passado, a variação ficou próxima a zero.

Com isso, para compensar a arrecadação abaixo do esperado, o governo recorre ao “velho hábito” de extrair dividendos, ou parcela de lucros, das estatais. Os números oficiais, apontam o jornal, não foram divulgados, mas os disponíveis mostram uma receita de R$ 3 bilhões com dividendos no mês passado e somando R$ 5,9 bilhões no trimestre.

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Esta é uma disparada frente os três primeiros meses de 2013, aponta o jornal, que foi de R$ 767 milhões, com todo o montante sendo obtido em março. O Orçamento vê ganhos de R$ 24 bilhões neste ano com dividendos e uma receita total de R$ 1,3 trilhão. E a previsão é de que a arrecadação continua crescendo, já que o primeiro trimestre costuma corresponder a menos de um quinto do total no ano. 

O jornal destaca que a prática entre empresas de diminuir parte dos lucros aos acionistas ganhou procedimentos peculiares na administração petista para as estatais. O Tesouro tem entregado títulos de dívida ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que pode pagar mais dividendos conforme as necessidades do caixa da União, ressalta o jornal. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.