Papandreou cogita descartar referendo sobre resgate financeiro

Primeiro-ministro grego afirma que se oposição concordasse com a ajuda externa, nenhum referendo poderia ser feito

Mariana Mandrote

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SÃO PAULO – O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, indicou nesta quinta-feira (3) que quer manter diálogo com a oposição para resolver a crise política no país e atenuar sua posição favorável em relação ao pacote de ajuda financeira da União Europeia. No discurso em seu gabinete, Papandreou afirmou que se a oposição concordar com o resgate no parlamento, nenhum referendo precisaria ser feito.

“Gostaria que não fizéssemos o referendo, que nunca chegou a ser proposto de fato. Já estou satisfeito que toda essa discussão, pelo menos, tenha levado várias pessoas a pensar suas posições”, disse Papandreou, acrescentando que iria conversar com o líder da oposição, Antonis Samaras, para analisar os próximos passos para chegar a um consenso.

Ele reiterou que a adesão da Grécia à Zona do Euro não estava em questão e que as eleições antecipadas implicariam num grande risco do país ir à falência.

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Líderes pressionam desistência
Em reunião na noite da última quarta-feira (2) com a chanceler alemã Angela Merkel e com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, Papandreou foi advertido de que seu país não receberia nem mais um centavo de ajuda até que cumprisse seus compromissos na Zona do Euro.
A Grécia receberia uma parcela de € 8 bilhões neste mês e pode ficar sem dinheiro até meados de dezembro se não receber o empréstimo.

Saída da Zona do Euro em pauta
Em meio ao tumulto sobre o referendo grego, os líderes europeus cogitaram pela primeira vez a saída da Grécia da Zona do Euro para preservar a moeda única, indicaram agências internacionais. Na reunião do G20, os líderes pressionam a União Europeia por uma resposta rápida à crise.