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A menos de 20 dias do primeiro turno das eleições municipais, o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), um dos mais fiéis aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), fez duras críticas ao candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo (SP), o empresário e influenciador Pablo Marçal.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Nogueira revelou que teve uma conversa com Bolsonaro na qual deixou claro ao ex-presidente que Marçal não era seu aliado.
Além disso, o presidente nacional do PP, que foi ministro-chefe da Casa Civil durante o governo Bolsonaro, afirmou que torce por um segundo turno envolvendo o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e Pablo Marçal, para que o influenciador seja definitivamente “desmoralizado”.
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“Foi o que eu disse para o presidente Bolsonaro. O Marçal não é seu aliado. Seu aliado sou eu, é o Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo], é o Nunes. O Marçal quer ser o Bolsonaro. Para ele ser o Bolsonaro, o senhor não pode existir”, afirmou Nogueira, reproduzindo o diálogo que teve com o ex-presidente.
Ainda segundo o senador, Bolsonaro “assimilou” as ponderações sobre o candidato do PRTB.
Ciro Nogueira foi questionado se haveria um temor do bolsonarismo de que o ex-presidente perdesse o controle sobre o eleitorado mais conservador.
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“Não é questão de perder o controle. Grande parte do bolsonarismo queria um candidato mais do Bolsonaro. O Nunes não é um bolsonarista, como eu também não sou. Tinha esse sentimento, e o Marçal conseguiu, em um determinado momento, cooptar isso”, observou o presidente do PP.
“O presidente Bolsonaro, principalmente o governador Tarcísio, entraram muito na campanha do Nunes e isso está voltando. E ele vai ganhar a eleição em São Paulo com certa facilidade”, vaticinou o ex-ministro da Casa Civil.
Em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes conta com o apoio formal de Jair Bolsonaro e também do governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Bolsonaro, inclusive, indicou o candidato a vice na chapa de Nunes – o coronel da reserva da Polícia Militar Ricardo Mello Araújo (PL), ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota).
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Marçal pode ter batido no “teto”
Após ter avançado rapidamente nas pesquisas, chegando ao pelotão de frente da corrida eleitoral em São Paulo, ao lado de Nunes e Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal vem perdendo fôlego nas últimas semanas e parece ter atingido um “teto” nas pesquisas.
De acordo com o levantamento divulgado na manhã desta quarta-feira (18) pela Quaest, o candidato do PRTB oscilou negativamente 3 pontos percentuais, recuando de 23% para 20% das intenções de voto em uma semana.
Ricardo Nunes, por sua vez, manteve os 24% registrados na pesquisa anterior, enquanto Guilherme Boulos oscilou de 21% para 23%. Os três ainda estão tecnicamente empatados, já que a margem de erro do levantamento é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.