Pablo Marçal “não é aliado”, diz Ciro Nogueira, ex-ministro de Bolsonaro

"Foi o que eu disse para o presidente Bolsonaro. O Marçal não é seu aliado. Seu aliado sou eu, é o Tarcísio, é o Nunes. O Marçal quer ser o Bolsonaro", relatou Ciro Nogueira, presidente do PP e ex-chefe da Casa Civil

Fábio Matos

Pablo Marçal, candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo (SP), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) (Foto: Reprodução/X)
Pablo Marçal, candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo (SP), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) (Foto: Reprodução/X)

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A menos de 20 dias do primeiro turno das eleições municipais, o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), um dos mais fiéis aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), fez duras críticas ao candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo (SP), o empresário e influenciador Pablo Marçal.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Nogueira revelou que teve uma conversa com Bolsonaro na qual deixou claro ao ex-presidente que Marçal não era seu aliado.

Além disso, o presidente nacional do PP, que foi ministro-chefe da Casa Civil durante o governo Bolsonaro, afirmou que torce por um segundo turno envolvendo o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e Pablo Marçal, para que o influenciador seja definitivamente “desmoralizado”.

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“Foi o que eu disse para o presidente Bolsonaro. O Marçal não é seu aliado. Seu aliado sou eu, é o Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo], é o Nunes. O Marçal quer ser o Bolsonaro. Para ele ser o Bolsonaro, o senhor não pode existir”, afirmou Nogueira, reproduzindo o diálogo que teve com o ex-presidente.

Ainda segundo o senador, Bolsonaro “assimilou” as ponderações sobre o candidato do PRTB.

Ciro Nogueira foi questionado se haveria um temor do bolsonarismo de que o ex-presidente perdesse o controle sobre o eleitorado mais conservador.

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“Não é questão de perder o controle. Grande parte do bolsonarismo queria um candidato mais do Bolsonaro. O Nunes não é um bolsonarista, como eu também não sou. Tinha esse sentimento, e o Marçal conseguiu, em um determinado momento, cooptar isso”, observou o presidente do PP.

“O presidente Bolsonaro, principalmente o governador Tarcísio, entraram muito na campanha do Nunes e isso está voltando. E ele vai ganhar a eleição em São Paulo com certa facilidade”, vaticinou o ex-ministro da Casa Civil.

Em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes conta com o apoio formal de Jair Bolsonaro e também do governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Bolsonaro, inclusive, indicou o candidato a vice na chapa de Nunes – o coronel da reserva da Polícia Militar Ricardo Mello Araújo (PL), ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota).

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Marçal pode ter batido no “teto”

Após ter avançado rapidamente nas pesquisas, chegando ao pelotão de frente da corrida eleitoral em São Paulo, ao lado de Nunes e Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal vem perdendo fôlego nas últimas semanas e parece ter atingido um “teto” nas pesquisas.

De acordo com o levantamento divulgado na manhã desta quarta-feira (18) pela Quaest, o candidato do PRTB oscilou negativamente 3 pontos percentuais, recuando de 23% para 20% das intenções de voto em uma semana.

Ricardo Nunes, por sua vez, manteve os 24% registrados na pesquisa anterior, enquanto Guilherme Boulos oscilou de 21% para 23%. Os três ainda estão tecnicamente empatados, já que a margem de erro do levantamento é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”