Otimismo com Bolsonaro e Congresso volta a subir no mercado, mostra sondagem XP

Levantamento feito com 130 investidores institucionais mostra que chegou a 65% avaliação positiva do presidente e do parlamento

Marcos Mortari

Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia (Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil)
Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia (Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil)

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SÃO PAULO – A aprovação do governo Jair Bolsonaro (sem partido) e do Congresso Nacional junto a atores do mercado financeiro teve importante recuperação no início do segundo ano de mandato. É o que mostra levantamento feito pela XP Investimentos com 130 investidores institucionais, entre economistas, gestores e analistas, nos dias 3 e 4 de fevereiro.

A sondagem revela que 65% dos entrevistados avaliam a atual administração como ótima ou boa, ao passo que o grupo dos que classificam a gestão como ruim ou péssima soma 4%. Outros 32% veem o governo como regular.

Em relação ao último levantamento, feito em outubro do ano passado, houve uma melhora de 20 pontos percentuais nas avaliações positivas do presidente. Já as classificações negativas caíram 5 pontos no mesmo período.

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Apesar da recuperação registrada, a reputação de Bolsonaro junto aos investidores ainda não voltou ao seu melhor patamar, registrado logo no primeiro mês de administração ─ momento de mais expectativas do que de resultados a serem avaliados. Naquele momento, 86% viam o governo como ótimo ou bom e apenas 1% como ruim ou péssimo.

Ainda assim, há uma profunda melhora em comparação com o desempenho de maio, quando as avaliações positivas somavam 14% e as negativas, 43%. O momento coincidiu com um acirramento nas relações entre o governo e o parlamento e com as primeiras mobilizações populares contra a atual administração, insufladas por contingenciamentos promovidos na educação.

Quadro similar de recuperação é observado em relação às expectativas para o restante do mandato de Bolsonaro. Segundo o levantamento da XP, 63% dos investidores institucionais consultados esperam um mandato ótimo ou bom, enquanto 5% acreditam que será ruim ou péssimo.

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Também houve melhora na reputação do Congresso Nacional junto aos investidores. A sondagem mostra que 65% classificam a atuação do parlamento como ótima ou boa, enquanto 4% avaliam a atuação de deputados e senadores como ruim ou péssima. Outros 32% veem como regular.

O resultado de fevereiro representa uma alta de 14 pontos percentuais nas avaliações positivas em relação ao último levantamento, feito em outubro. O número ainda está distante do melhor desempenho registrado pelo levantamento, em julho do ano passado: 86%.

Mesmo assim, houve uma drástica mudança na reputação dos congressistas em comparação com os números de dezembro de 2018. Naquela época, apenas 13% avaliavam positivamente o desempenho do parlamento, contra 63% de classificações negativas.

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O levantamento também mostra uma leve melhora nas expectativas dos investidores quanto ao relacionamento entre governo e parlamento. Embora a maioria (80%) acredite que a situação permanecerá a mesma ao longo dos próximos meses, o percentual de entrevistados mais otimistas com a relação entre os Poderes saltou de 2% em outubro para atuais 12%. O resultado é o mesmo registrados nos levantamentos de maio e julho de 2019.

Já o grupo de investidores que acreditam em uma deterioração desta relação chegou ao seu menor patamar no governo Bolsonaro: 8%. O resultado corresponde a um recuo de 10 pontos percentuais em relação ao levantamento anterior e de 15 pontos quando comparado ao pico da atual administração, de julho do ano passado.

Quando questionados sobre o principal assunto em discussão no Congresso Nacional a ser monitorado pelo mercado, a maior parte dos investidores (50%) chamou atenção para a reforma tributária, que tramita em textos diferentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

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Na sequência aparecem a PEC Emergencial em tramitação no Senado Federal ou a PEC da Regra de Ouro, em discussão na Câmara dos Deputados. Os dois textos tratam de questões similares, mas desenhos e alcances diferentes. O assunto é apontado como prioritário por 35% dos entrevistados.

A reforma administrativa, que ainda não foi apresentada pelo governo federal é lembrada por outros 12%, enquanto a PEC do Pacto Federativo, por 2%.

Já em relação à agenda de privatizações, a média das projeções para o alcance do pacote até 2022 ficou em R$ 300 bilhões. Esta tem sido a marca projetada pelos investidores na maioria das edições do levantamento. Até o momento só foram vistas alterações nas sondagens de dezembro ─ quando a média foi de R$ 200 bilhões ─ e de julho ─ R$ 400 bilhões.

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A sondagem foi feita pela XP Investimentos, entre os dias 3 e 4 de fevereiro, e ouviu 130 investidores institucionais, sendo a maioria de assets, bancos ou instituições financeiras privadas. Os respondentes são economistas, gestores, analistas, traders e atuam, em sua maioria, no Brasil.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.