Otimismo com Bolsonaro chega a 63%; lua de mel também melhora avaliação do Congresso, mostra XP/Ipespe

Segundo levantamento, 40% dos brasileiros hoje avaliam o novo governo como ótimo ou bom. Otimismo contrasta com mau humor mantido durante governo Michel Temer

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Com pouco mais de duas semanas de existência, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) é avaliado como ótimo ou bom por 40% dos brasileiros, ao passo que 20% o classificam como ruim ou péssimo. Olhando para frente, as expectativas de um mandato positivo chegaram a 63%. É o que mostra pesquisa XP/Ipespe, realizada entre os dias 9 e 11 de janeiro. O levantamento é o terceiro da série feita com a população após as eleições de outubro do ano passado e contou com 1.000 entrevistas telefônicas conduzidas por operadores. A margem máxima de erro é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Leia também: Aprovação de Moro supera a de Bolsonaro; Paulo Guedes tem 46% de avaliação positiva

O olhar positivo sobre o governo Bolsonaro é mais uma evidência de que existe um período de lua de mel para novos presidentes e contrasta com o mau humor mantido pelos eleitores ao longo do mandato do ex-presidente Michel Temer (MDB). Em dezembro, a gestão do emedebista era vista como ótima ou boa por apenas 7% dos entrevistados, enquanto avaliações negativas somavam 68% – ainda assim, percentual significativamente melhor do que o registrado em junho: 78%. O gráfico abaixo expõe a evolução do quadro nos últimos oito meses:

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É entre os homens que Bolsonaro conta com maior respaldo. Segundo o levantamento, 46% deste grupo classifica sua gestão como ótima ou boa. O número supera em 13 pontos percentuais as avaliações positivas entre as mulheres. A diferença de apoio por gênero ao militar reformado foi um dos fenômenos que marcaram o processo eleitoral. Na última pesquisa Datafolha antes do segundo turno, encerrada um dia antes do pleito, ela foi de 14 pontos.

Os melhores desempenhos do novo governo são observados nas regiões Centro-Oeste (59% de ‘ótimo/bom’) e Sul (47%), cidades do interior (45%) e com até 50 mil habitantes (49%). Bolsonaro também se destaca entre os profissionais empregados (44%), evangélicos (54%) e com idade entre 35 e 54 anos (44%).

Por outro lado, Bolsonaro enfrenta as maiores resistências ao seu governo em capitais mais populosas, sobretudo localizadas nas regiões Nordeste e Sudeste. Há obstáculos também entre as faixas mais jovens, abastadas e com melhores níveis de escolaridade. É o que mostra o gráfico abaixo:

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De acordo com a pesquisa XP/Ipespe, a expectativa para o mandato de Bolsonaro voltou a crescer e agora chega a 63% de nível ótimo ou bom. A percepção sobre o combate à corrupção apresentou uma oscilação positiva de 3 pontos em comparação com os dados de dezembro, chegando ao patamar de 54%. Outros 28% acreditam que a situação ficará como está (alta de 5 pontos) e 16% esperam um aumento da corrupção (queda de 5 pontos). Já em relação à montagem da equipe de governo e as primeiras medidas anunciadas, o cenário é de quase estabilidade, com a taxa aprovação marcando a 62% – contra 29% de desaprovação. No mês anterior, as respectivas taxas estavam em 63% e 27%.

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O levantamento também voltou a mostrar um baixo impacto do chamado “caso Coaf” sobre a reputação de Bolsonaro junto ao eleitorado. Segundo a pesquisa, 77% dos entrevistados tomaram conhecimento sobre o episódio, mas apenas 14% mudaram de opinião sobre o presidente depois disso.

Em dezembro do ano passado, um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sobre movimentações atípicas em conta de funcionários da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) foi divulgado na imprensa. O material lançava suspeitas sobre nomes como o do policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro, filho do presidente.

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A pesquisa XP/Ipespe também mostrou que 58% dos brasileiros pontam a segurança pública como tema sobre o qual devem tratar as primeiras medidas enviadas ao Congresso Nacional. Em segundo lugar, com 33% das indicações aparecem as reformas econômicas. A agenda de valores e costumes é lembrada por 5% dos entrevistados ouvidos pelo levantamento.

Nesta semana, Bolsonaro assinou um decreto que flexibiliza regras para a posse de armas de fogo em todas as regiões do país. A medida foi prometida diversas vezes durante a campanha eleitoral. Do lado da pauta econômica, é esperado que o presidente receba da equipe de Paulo Guedes (Economia) o texto sugerido para a reforma da Previdência. Essa deverá ser uma das prioridades do governo para o início da próxima legislatura. Segundo a pesquisa XP/Ipespe, em janeiro cresceu para 71% o grupo de brasileiros que apoiam mudanças no sistema de aposentadorias.

Para 55% dos entrevistados, o indicador mais importante para avaliar o andamento da economia é a taxa de desemprego, ao passo que 18% apontam a inflação e 14% a situação financeira da família. Perguntados sobre as expectativas para melhora no quadro de desemprego, 53% dos brasileiros imaginam que só ocorrerá em um intervalo de um ano ou até o fim do mandato de Bolsonaro. Outros 20% acreditam que o governo não conseguirá reduzir os níveis atuais. 7% avaliam um prazo de 6 meses e 17%, de um ano.

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Para 79%, para resolver os problemas do país, seria melhor Bolsonaro dialogar e dividir as decisões com o Congresso. Outros 16% preferem que o presidente concentre decisões. Segundo a pesquisa, a “lua de mel” dos brasileiros com o novo governo também teve alguns reflexos sobre a avaliação do Congresso. Entre dezembro e janeiro, o percentual de eleitores que classificaram a instituição como ruim ou péssima caiu de 63% para 37%. Já as avaliações de ótimo e bom quase triplicaram, indo de 6% para 17%.

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Confira a íntegra da pesquisa clicando aqui.

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Metodologia

A pesquisa XP/Ipespe foi feita por telefone, entre os dias 9 e 11 de janeiro, e ouviu 1.000 entrevistados de todas as regiões do país. Os questionários foram aplicados “ao vivo” por entrevistadores e submetidos a verificação posterior em 20% dos casos. A amostra representa a totalidade dos eleitores brasileiros com acesso à rede telefônica fixa (na residência ou trabalho) e a telefone celular, sob critérios de estratificação por sexo, idade, nível de escolaridade, renda familiar etc.

O intervalo de confiança é de 95,45%, o que significa que, se o questionário fosse aplicado mais de uma vez no mesmo período e sob mesmas condições, esta seria a chance de o resultado se repetir dentro da margem de erro máxima, estabelecida em 3,2 pontos percentuais.

O Ipespe realiza pesquisas telefônicas desde 1993 e foi o primeiro instituto no Brasil a realizar tracking telefônico em campanhas eleitorais, a partir de 1998. O instituto tem como presidente do conselho científico o sociólogo Antonio Lavareda e na diretoria executiva, Marcela Montenegro.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.