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SÃO PAULO – O que mais se escuta e nota de figuras relevantes no PT é que o partido hoje não tem um plano B à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para as eleições de 2018. Embora lidere as pesquisas em todos os cenários, o petista corre sérios riscos de ser impedido de participar do pleito pela Lei da Ficha Limpa. Isso porque existe a possibilidade de uma condenação em segunda instância no âmbito da operação Lava Jato em tempo de barrar sua candidatura. Mesmo assim, o cenário atual na legenda é quase de aposta de todas as fichas em Lula.
Para ele, mais do que uma campanha para retornar ao Palácio do Planalto, o movimento também funciona como mecanismo de defesa aos processos que enfrenta. A politização, tanto por parte da acusação quanto do réu, tem sido uma tônica nas batalhas jurídicas do ex-presidente, já condenado em primeira instância a nove anos e meio de prisão. A política é a força de Lula e ele sabe operar nesse campo. O ex-presidente sabe que o fortalecimento de seu nome para o próximo pleito tumultua os próprios processos que enfrenta, sobretudo quando se observa que normalmente o TRF-4 leva mais tempo para julgar recursos do que o que se espera no caso do petista. Ganharia força o discurso de que houve uma ofensiva para impedi-lo de se candidatar.
As chances de Lula ser absolvido são consideradas baixas. A depender dos prazos para a conclusão do processo, o ex-presidente não poderá disputar as eleições. Até o momento, o PT pouco se organiza para essa possibilidade. Jogada estratégica ou clara evidência de falta de rumos?
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O jornalista Raymundo Costa, do jornal Valor Econômico, expõe com clareza os três cenários timidamente trabalhados dentro do partido. Seriam eles: a campanha pelo voto nulo, com o slogan “Eleição sem Lula é fraude”; a escolha de outro candidato; ou apoiar um nome de outro partido.
No primeiro caso, o efeito prático dificilmente iria além de algum tumulto no processo eleitoral, embora projeções precoces sejam arriscadas e pouco precisas. Tal decisão também poderia influenciar até mesmo no desempenho do partido nas eleições para governadores, senadores e deputados.
Na segunda hipótese, os nomes mais fortes hoje são do ex-prefeito Fernando Haddad (São Paulo) e do ex-governador Jaques Wagner (Bahia). Contudo, alguma pacificação estaria distante nessa questão. Muitos defendem que o próprio ex-presidente tenha o direito de escolher seu substituto.
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A terceira possibilidade seria apoiar um candidato de outro partido. Nesse sentido, o único nome que aparece no horizonte neste momento é o de Ciro Gomes (PDT), personagem que desagrada muitas alas da esquerda, que não se sentem representadas por ele. Além disso, os recentes posicionamentos e críticas feitas a Lula naturalmente afastam essa possibilidade.
Apesar do ambiente cercado por incertezas, a percepção que se tem é que o partido pouco discute opções neste momento. Prefere apostar todas as fichas em seu principal nome.
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