Os impactos da reforma da Previdência sobre as eleições: quem ganha e quem perde com o adiamento?

O programa Conexão Brasília é transmitido ao vivo, às sextas-feiras, a partir das 14h45; assista

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Os esforços do governo em conquistar o apoio de 308 deputados para avançar com a reforma da Previdência no plenário da Câmara não foram suficientes, e as medidas ficaram para fevereiro do ano que vem — com grandes chances de mais procrastinação. Na medida em que os cálculos eleitorais dos parlamentares impõem um calendário próprio na política, maiores são as dificuldades de convencer congressistas a assumirem posições delicadas perante suas bancadas. Depois de salvarem por duas vezes o pescoço do presidente Michel Temer, será que ainda há alguma disposição dos deputados em darem mais um auxílio ao governo?

O atraso na tramitação da reforma previdenciária ou mesmo seu congelamento durante as eleições não evitam que a medida seja instrumento da disputa política do período. Para o governismo, apesar dos ônus do elevado nível de reprovação da pauta, os resultados econômicos prometidos como consequência poderiam ajudar na viabilidade da candidatura de um presidenciável de fora da oposição. Por enquanto, as pesquisas indicam três nomes que se apresentam como adversários à atual gestão nas primeiras posições: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (à esquerda), o deputado federal Jair Bolsonaro (à direita) e a ex-senadora Marina Silva (ao centro). Haveria espaço para um candidato governista? Como a reforma da Previdência pautará o debate? Qual será sua influência sobre o clima da economia nacional?

Em meio a esse cenário de muitas dúvidas, os tucanos buscam algum consenso para remar na mesma direção. No último fim de semana, o governador Geraldo Alckmin foi consagrado presidente do partido, em um movimento importante para sua consolidação como candidato à presidência da República. Durante a semana, o PSDB decidiu fechar questão em torno da reforma previdenciária, em um movimento harmônico com suas bandeiras históricas, mas destoante pela persistência rejeição de muitos membros do partido em assumir tal compromisso. O resultado foi a ausência de discussões sobre eventuais punições aos infiéis, tal como ocorreu em outros partidos. Desta forma, os tucanos adiam um processo que terão de definir com mais clareza mais cedo ou mais tarde: Alckmin buscará apoio do governo? E como se comportará em relação a Michel Temer? Como obter apoio da atual gestão sem se contaminar com a desaprovação recorde do peemedebista?

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Para analisar estes e outros temas que movimentaram o noticiário político, o programa Conexão Brasília desta sexta-feira (15) recebeu o cientista político Marcelo Issa, diretor da consultoria Pulso Público. Acompanhe a íntegra da entrevista pelo vídeo abaixo:

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.