Os dois principais desafios que Bolsonaro enfrentará no começo do governo

Primeiros passos de Bolsonaro será mostrar se vai ser coerente com seus discursos de campanha ou fará concessões

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Confirmada a vitória, Jair Bolsonaro (PSL) já enfrenta dois desafios iniciais, segundo a equipe de análise política da XP Investimentos. Ambos estão ligados aos discursos de campanha e à capacidade que o agora presidente terá de realmente seguir os passos que prometeu nos últimos meses.

O primeiro desafio é encontrar uma unidade de discurso dentro de sua equipe, principalmente quando o assunto é a agenda econômica. “Nos primeiros dias, será essencial ver se fica mantida a ideia aventada durante a campanha de abandonar a reforma da Previdência de Michel Temer ou se, pelo contrário, haverá esforço para aprová-la. E quando”, avaliam os analistas.

Sobre isso, o futuro ministro da Fazenda de Bolsonaro, Paulo Guedes, falou em seu primeiro discurso após a vitória que irá priorizar a reforma da Previdência e privatizações. “Não é razoável o Brasil gastar US$ 100 bilhões por ano em juros da dívida. O Brasil reconstrói uma Europa todo ano sem conseguir tirar o Brasil da miséria”, disse.

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Outro desafio será na composição do ministério e formação de uma base que dará governabilidade. Agora, Bolsonaro terá de decidir se mantém o seu discurso de campanha e se distancia das lideranças partidárias – o que segundo a XP lhe traria mais dificuldades – ou se, de alguma forma, faz uma composição com as legendas.

De acordo com os analistas, a expectativa é que o novo presidente decida pela composição partidária, mesmo que em moldes próprios e ainda não tão claros. “Como desafio extra para a governabilidade entra a fragmentação recorde do Congresso e a falta de cultura político partidária dos recém-eleitos”, pondera a XP.

Nesta questão da governabilidade, a atenção principal fica para a eleição das presidências da Câmara dos Deputados e do Senado, principalmente a primeira, onde o PSL tem a maior bancada governista. A questão será ver se Bolsonaro irá tentar a apresentação de um nome para agradar seu partido, o PSL, ou se manterá Rodrigo Maia, dando um aceno ao centro e evitando conflito com outros partidos.

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Por fim, a XP alerta para a oposição, principalmente após o discurso de Fernando Haddad, que ontem deu o tom de que não haverá concessões para o governo. Além disso, Bolsonaro terá de ser rápido para conseguir manter o clima de “lua de mel” que deverá marcar o início do governo. Para isso, ele terá de aprovar logo pautas importantes no Congresso, traduzindo isso em melhoras para o País.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.