Os dois partidos da base aliada de Temer que podem jogar um ‘balde de água fria’ na previdência

Enquanto isso, o governo corre contra o tempo para aprovar a reforma e tenta usar estratégia parecida com a usada em votação da denúncia para angariar apoio

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O clima da Câmara dos Deputados a favor da aprovação da reforma da Previdência melhorou, aponta a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, embora ainda faltem cerca de 50 votos para viabilizar sua aprovação.

Porém, o desempenho de dois partidos – sendo um deles surpreendente – preocupa o Planalto e pode comprometer a proposta. São eles: o PSDB e PSD.

O PSDB, mesmo com um pé fora do governo, tem a mudança nas regras de  aposentadoria como bandeira histórica. O partido reconhece que hoje entregaria, no máximo, entre 25 e 30 votos – a bancada conta com 46 deputados. No PSD, contam com 15 dos 38 deputados.

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Vale destacar que, ontem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu que o governo estude as propostas feitas pelo PSDB para que se tente votar ainda neste ano a reforma da Previdência. “Vamos avaliar se esses três pontos vão inviabilizar a aprovação ou não, porque sem os votos do PSDB é quase impossível chegar a 308 votos”, afirmou.

Segundo Maia, o secretário Marcelo Caetano está avaliando o impacto das sugestões dos tucanos na reforma. De acordo com o presidente da Câmara, Caetano vai analisar se a sugestão fica muito longe do 50% de economia que o governo está prevendo ou se vai cair muito. “Se cair muito, talvez a gente perca a condição de votar”, observou.

Os tucanos apresentaram três reivindicações de concessões nas áreas de aposentadoria por invalidez, acúmulo de benefícios e nas regras de transição para servidores públicos.

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O fato do PSDB não ter fechado questão sobre a votação da reforma gerou polêmica dentro do partido. Em entrevista ao Estadão, o economista Edmar Bacha, um dos formuladores do Plano Real, afirmou que esse movimento é absurdo. Para ele, a mudança é uma das bases de tudo que o partido sempre defendeu para a economia.  

Enquanto os tucanos podem entregrar só cerca de metade dos votos para apoiar a nova Previdência, o PP, chamado de fisiológico pelos tucanos, avisou ao presidente Michel Temer que vai entregar 40 dos 46 votos que tem na Câmara, afirma a Folha. 

Desta forma, o governo corre contra o tempo para aprovar a reforma ainda este ano, enquanto integrantes da base aliada pedem mais tempo para angariar mais apoio de suas bancadas, como é o caso do PSD. Porém, a ideia do Planalto é levar a proposta ao plenário na próxima semana.

Segundo a coluna da Folha, o grupo mais próximo a Temer tem dito que é preciso colocar o projeto em votação para saber “quem é quem”, aconselhando o presidente a repetir o expediente usado para pressionar aliados a votarem contra as denúncias de que foi alvo: sem apoio, sem cargo. Contudo, o presidente enfrenta desafios dentro do seu próprio partido: cerca de dez deputados do PMDB são contra a proposta. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.