Os brasileiros realmente precisam de Temer, o “político mais detestado do País”, diz Bloomberg

''Apesar de todas as suas limitações, no entanto, o Brasil mergulhado em crise está melhor com Temer do que sem ele" afirma Mac Margolis

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Para o colunista Mac Margolis, da Bloomberg, o presidente Michel Temer é o política mais detestado do Brasil. Ele tem um mau aproveitamento em diversos indicadores, como desemprego, além de ver diversos nomes do seu governo envolvido em corrupção, enquanto a sua aprovação popular é de apenas 10% (de acordo com a pesquisa CNI/Ibope). ”Colocando tudo isso junto, a conclusão é inescapável: Michel Temer é o pior presidente do Brasil desde Dilma Rousseff”, afirma o colunista em sua matéria chamada “Brazil Really Needs Its Most Hated Politician” (ou “O Brasil realmente precisa de seu político mais odiado”, em tradução livre).

O governo tem dificuldades, o cenário é ruim na política. Porém, para Margolis, o Brasil precisa de Temer. ”Apesar de todas as suas limitações, no entanto, o Brasil mergulhado em crise está melhor com Temer do que sem ele. Não é apenas que ele é o líder constitucional e que uma constituição em funcionamento é a proteção contra as convulsões que assolam seus vizinhos disfuncionais como a Venezuela e o Paraguai. É também porque o governo temporário de Temer pode ser a melhor última oportunidade para o país para reverter erros colossais que sabotaram a maior economia da América Latina e desonrou seu governo”, avalia o colunista. 

Assim, para o colunista, o presidente tem chance de fazer reformas importantes para o Brasil e mudar de governo na atual situação seria um problema para a estabilidade política e econômica. 

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“Menos de um ano depois de assumir a presidência após o impeachment de Dilma Rousseff, Temer conseguiu com maioria legislativa abrir os campos petrolíferos do ‘pré-sal’ para estrangeiros e abandonar a regra protecionista que obrigava a Petrobras a liderar as arriscadas operações do pré-sal. No ano passado, ele conseguiu aprovar no Congresso um limite de 20 anos aos gastos do governo e agora está se movendo para revisar as rígidas leis trabalhistas, o caótico sistema de partidos políticos, impostos e – mais criticamente – o sistema da Previdência”, destaca o colunista.

Conforme aponta Margolis, o que está impulsionando a agenda de Temer não é um espasmo de iluminação cívica, mas a estratégia de sobrevivência dos políticos, com o caso da Operação Lava Jato continuando a se espalhar em Brasília. “Eles sabem que a melhor aposta para a reeleição é a economia começar a crescer novamente, e que isso deixa pouca escolha, que não seja apoiar a agenda Temer”, afirmou o cientista político Octavio Amorim Neto, da FGV -Rio. 

“Naturalmente, um pacto tão frágil pode ser desfeito. Se a economia seguir morna e os manifestantes voltarem em bloco para as ruas, ou se a mancha da Lava Jato se infiltrar ainda mais no círculo dominante do Brasil, o ardor legislativo para a reforma será testado. O suspense vai construir com o TSE deliberando se Temer deve sair ou continuar. O adiamento do julgamento no TSE da ação contra a chapa Dilma-Temer foi visto como uma vitória política para o governo Temer. Se será também uma vitória para o Brasil, isso ficará claro nos próximos meses”, conclui Mac Margolis.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.