Os 5 temas de investimentos do HSBC para a Bovespa – e os setores impactados

Banco faz recomendações de setores em meio às maiores preocupações com a inflação; câmbio, consumo, risco de recessão e corrida presidencial são outros fatores levados em conta

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A equipe de estratégia de ações do HSBC dividiu o mercado brasileiro por meio de cinco temas de investimentos relacionados à macroeconomia: aumento da inflação, desvalorização do real, chegada do consumo em seu nível mais baixo, riscos de recessão e o impacto da corrida presidencial de 2014.

Mais um dos pontos, o aumento da inflação, agora é particularmente importante para os analistas André Carvalho e Francisco Machado, que assinam o relatório. Isso porque a equipe de economia do HSBC espera que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) atinja um piso no quarto trimestre e surpreenda em termos de alta em 2014, atingindo 6,3%, tão perto do teto da faixa da meta que não haverá margem de erro para futuros choques de oferta que possam ocorrer. 

Consequentemente, esperamos que a inflação se torne um dos temas de investimento de maior influência e um fator que irá comandar os preços das ações”, avaliam considerando ainda que, como 2014 é um ano de eleições, o problema inflacionário será abordado apenas de forma parcial e continuará sendo um tema importante. Eles avaliam que a inflação tem impacto geralmente negativo sobre as ações brasileiras mas, em nível setorial, há vencedores e perdedores. Neste cenário, eles avaliam que setores como de serviços públicos e rodovias pedagiadas, com receitas indexadas à inflação são favoráveis, assim como setores regulados e empresas com alto poder de colocação de preços e/ou ciclos de conversão de caixas curtos. 

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Os outros quatro temas de investimento:
Os estrategistas do HSBC destacou o tema de investimento com base na inflação, pois acreditam que cada vez mais será o foco da atenção dos investidores. Contudo, eles mantiveram os outros quatro temas de investimento, conforme destacado a seguir:

1. Real desvalorizado – os estrategistas mantiveram o cenário básico com o real negociado em torno de R$ 2,35 por dólar, até o final de 2014. Além disso, eles continuam a prever uma recuperação cíclica global, beneficiando alguns produtores de commodities, especialmente minério de ferro e celulose. 

2. O pior do consumo já passou – os estrategistas destacaram que foram divulgados dados sólidos do mercado de trabalho desde meados de setembro. Por exemplo, o desemprego em setembro atingiu 5,4%, próximo aos pisos históricos, e o salário real acelerou. “Em nosso cenário básico, é provável que os dados sólidos do mercado de trabalho continuem positivos para os grupos de bancos e produtos básicos de consumo”, destacam.

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3. Risco de recessão diminuiu – Carvalho e Machado ressaltam ainda que o risco de recessão diminuiu recentemente, tendo em vista a redução dos estoques na economia. Contudo, eles destacam que o detalhamento por setor indica um aumento nos estoques percebidos em bens de capital e duráveis, “confirmando nossa posição de evitar esses setores por ora”.

Uma segunda conclusão é que a redução dos estoques aumenta as chances das empresas repassarem as pressões nos custos para os preços nos próximos meses, pressionando a inflação, mas ajudando as margens. Com estoques percebidos em patamares elevados, as empresas irão ajustar a produção para os novos níveis de demanda, ao mesmo tempo em que diminuem esse patamares. Quando elas constituírem novos estoques, mais tarde, farão isso em um ambiente em que o custo de matérias-primas será maior e as pressões inflacionárias devem aumentar.

4. Corrida presidencial promete ser apertada em 2014. Os estrategistas destacam que, segundo as últimas pesquisas de opinião, Dilma Roussef continua como candidata favorita para vencer as eleições presidenciais em 2014. “Porém, o desfecho ainda está longe de ser garantido”, afirmam.

Além disso, o impacto significativo dos eventos de junho sobre os índices de aprovação do governo mostram o quanto os eleitores podem ser voláteis. Nessa época, as classificações de bom e muito bom caíram para 30%, contra 57% antes, recuperando-se agora para 38% (Ibope). “Em nossa opinião, o mercado hoje espera um segundo mandato de Dilma Roussef como mais do mesmo e, no caso de um candidato da oposição vencer, um ambiente mais favorável ao mercado garantiria um impacto geral positivo sobre as ações e, em especial, sobre empresas não estatais”, ressaltam os estrategistas.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.