Os 5 eventos que vão agitar os mercados na semana

Confira ao que se atentar nesta segunda-feira e ao longo da semana

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A segunda-feira começa em clima de decisão para o Brasil na Copa do Mundo com o jogo das oitavas de final, o que deve reduzir a liquidez do mercado no final da manhã. Contudo, o início desta sessão, a primeira do semestre, conta com outros destaques no radar, como o dia majoritariamente pesado no exterior com os temores de guerra comercial voltando a se intensificar, crise política na Alemanha e o resultado da eleição no México, o nosso rival da Copa do Mundo nesta segunda. Confira no que se atentar:

1. Bolsas mundiais

O jogo decisivo entre Brasil e México para definir quem irá para as quartas de final da Copa do Mundo na Rússia começará apenas às 11h. Mas, para os nossos rivais, a semana já começou com definições. A esquerda chegou ao poder no país, na maior e mais violenta eleição da história recente. Segundo dados preliminares, Andrés Manuel Lopez Obrador, conhecido como AMLO, foi eleito presidente com 53% do apoio do eleitorado – mais que a soma de votos obtidos pelo segundo e terceiro colocados, representando os dois partidos que há 100 anos governam o pais. Com isso, a segunda-feira começou com recuo para o peso mexicano. 

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Já as bolsas europeias e S&P futuro caem, enquanto dólar sobe contra maioria dos pares com temores continuados de desdobramentos da guerra comercial, enquanto euro se enfraquece com crise política na Alemanha, após o ministro do Interior ameaçar se demitir devido às políticas migratórias. Angela Merkel tem encontro marcado para esta segunda-feira com o ministro. Caso ele saia, a coligação que governa neste momento pode cair 

O dia também é de fortes quedas para as bolsas asiáticas, também de olho na guerra comercial. Na sexta-feira (06), vence o prazo para que Washington aplique tarifas a US$ 34 bilhões em produtos chineses. No mesmo dia, Pequim promete retaliar e tarifar o mesmo valor em bens americanos.  

Além disso, os últimos dados de atividade industrial mostram que a expansão do setor manufatureiro da China perdeu força no mês passado, levando a um recuo dos metais. O chamado índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) oficial da indústria chinesa caiu de 51,9 em maio para 51,5 em junho, enquanto medida similar da IHS Markit e da Caixin Media recuou de 51,1 para 51 no mesmo período. Já o petróleo recua com pressão de Donald Trump para que Arábia Saudita eleve produção.

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Às 8h02 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,53%

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,61%

*Nasdaq Futuro (EUA) -0,68%

*DAX (Alemanha) -0,36%

*CAC-40 (França) -0,91%

*FTSE (Reino Unido) -0,94%

*FTSE MIB (Itália) -0,85%

*Xangai (China) -2,5% (fechado)

*Nikkei (Japão) -2,2% (fechado)

*Petróleo WTI -0,08%, a US$ 74,09 o barril

*Petróleo brent -0,67%, a US$ 78,70 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -1,91%, a 463,00 iuanes (nas últimas 24 horas) 

*Bitcoin US$ 6.365 -0,33%
R$ 24.500 -1,60% (nas últimas 24 horas)

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2. Agenda econômica da semana

Após a alta de 2,4% do dólar na semana passada, o Banco Central anunciou na sexta-feira plano de rolar integralmente os US$ 14 bilhões de swaps que vencem em 1 de agosto e de fazer leilões de swap cambial e de linha nas próximas semanas, sempre que necessário. Nesta segunda, o BC faz leilão de até 14.000 contratos de swap de 1 de agosto; a autoridade monetária reafirma que não vê restrições para que o estoque de swaps cambiais exceda consideravelmente os volumes máximos atingidos no passado.

Já entre os indicadores, destaque na quarta-feira (4), para o resultado da produção industrial, divulgado pelo IBGE. A GO Associados projeta queda de 16,6% ante o mês de abril, que caso se confirme, será a maior queda na série histórica do setor, sendo reflexo da greve dos caminhoneiros. Segundo os economistas, os indicadores antecedentes do setor mostraram números bastante negativos, corroborando para a projeção pessimista do setor no mês.

Já na sexta-feira (6), o evento mais importante da semana: o IPCA (índice de Preços ao Consumidor Amplo) de junho. A expectativa da GO é de alta de 1,02%, levando o indicador para 4,14% no acumulado de 12 meses. A inflação deve seguir pressionada em função da greve dos caminhoneiros e do acionamento da bandeira vermelha nível 2 nas contas de energia elétrica. “Em termos prospectivos, a inflação deve seguir abaixo do centro da meta neste ano. Parte dos efeitos da greve devem ser devolvidos ao longo dos próximos meses. No entanto, a desvalorização cambial deve levar a uma inflação mais elevada no ano”, afirma a GO Associados.

3. Agenda externa da semana

Nos EUA, atenção para terça-feira (3) e quarta-feira (4). No primeiro dia, o mercado fechará mais cedo, às 13h, por conta do feriado no dia seguinte, de Dia da Independência do país. Além disso, a semana terá atenção especial para a guerra comercial entre os EUA e seus parceiros comerciais.

Nesse cenário de indefinição, o mercado ficará de olho aos dados de atividade relativos aos meses de maio e junho, que serão publicados durante a semana: o PMI industrial de junho sai nesta segunda-feira (2), as encomendas à indústria de maio saem na terça-feira (3), e o PMI composto e de serviços de junho será divulgado na quinta-feira (5).

Por fim, o dado mais importante da semana sai na sexta-feira (6), com o relatório de emprego, que será importante para calibrar o ritmo da inflação no país. Dados acima do esperado devem reforçar o fortalecimento da retomada nos EUA e elevar a probabilidade do cenário com 4 altas de juros em 2018.

4. Noticiário político

Em meio ao clima de Copa do Mundo, a política ganha menos destaque nas páginas dos jornais. Mas, mesmo assim, importantes desdobramentos que podem ter implicação inclusive nas eleições continuam sendo destaque. Na sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidiu  arquivar a reclamação apresentada pela defesa do petista de que um recurso pela liberdade de Lula fosse analisado pela Segunda Turma, e não pelo plenário da Corte, conforme determinado pelo ministro Edson Fachin. Com isso, o caso do petista só deverá ser analisado pelo plenário da Corte em agosto, já que o Supremo entrou em recesso. 

Na última sessão do STF antes do recesso, o ministro Edson Fachin afirmou que vai analisar inicialmente se a questão da inelegibilidade do ex- presidente será enfrentada ou não pelo plenário do tribunal, antes de discutir a questão da prisão, segundo reportagem do site Jota
Fachin deu cinco dias de prazo para que a defesa de Lula esclareça se quer ou não tratar da elegibilidade. Na prática, se o plenário do Supremo Tribunal Federal decidir que Lula está inelegível, o ex-presidente não terá outra instância para recorrer.

As movimentações para alianças eleitorais também chamam a atenção. Segundo a Folha de S. Paulo, com dificuldade para fechar alianças consistentes, o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, cedeu à pressão e acenou ao PSB com a vaga de vice em sua chapa ao Planalto. Em troca, porém, quer que o partido anuncie apoio a sua candidatura nas próximas duas semanas.

5. Noticiário corporativo

A Petrobras segue sendo o destaque do radar corporativo. Segundo a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, o Cade vai acabar com o monopólio de refino da Petrobras. Após a greve dos caminhoneiros, órgão responsável por zelar pela concorrência teria criado grupo de trabalho para dar fim ao monopólio, apontado como um dos responsáveis pelos altos preços dos combustíveis. Segundo a coluna, o Cade encerrá trabalhos em setembro, determinando quantas refinarias a Petrobras terá que vender e em que prazo. Em entrevista à Folha, presidente do Cade, Alexandre Barreto, defende periodicidade para reajustes da Petrobras. A estatal ainda realizou nesta sexta-feira o pré-pagamento de dívida de US$ 500 milhões. 

Já a BRF anunciou na sexta um plano para reduzir a alavancagem e gerar R$ 5 bilhões. A previsão é que a razão entre a dívida líquida e o Ebitda fique em torno de 4,35 vezes em dezembro de 2018, já considerando a recente alta do dólar e os impactos das restrições de exportação, e abaixo de 3 vezes em dezembro de 2019. A Copasa, por sua vez, teve aprovado reajuste médio de 4,31%, enquanto a CSN concluiU A venda de unidade nos EUA para a Steel Dynamics por US$ 400 milhões. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.