Os 5 eventos que vão agitar os mercados na semana

Confira os assuntos que agitarão os mercados nos próximos dias

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A semana começa com baixa aversão ao risco no exterior, enquanto mercado brasileiro fica atento a dados de arrecadação em uma semana movimentada que também contará com o PIB (Produto Interno Bruto) acumulado no ano passado. O noticiário político segue movimentado, com a atenção para as falas de presidenciáveis como Geraldo Alckmin e Henrique Meirelles. Confira os destaques desta segunda-feira (26) e da semana:

1. Bolsas mundiais

As bolsas asiáticas fecharam em alta generalizada nesta segunda-feira, estimuladas pelo rali dos mercados acionários de Nova York no fim da semana passada e à espera pelo depoimento do novo presidente do Fed, Jerome Powell. No noticiário chinês, o Partido Comunista propôs no último domingo (25) eliminar a restrição para mandatos presidenciais, o que abriria o caminho para o presidente Xi Jinping se manter no poder por prazo indeterminado. Em outubro do ano passado, Xi conquistou um segundo mandato de cinco anos. 

Nos EUA, os contratos futuros sobe, seguindo com o movimento de alta da véspera e com os investidores na expectativa pela fala do presidente do Federal de St. Louis, James Bullard, às 10h, que já na sexta-feira indicou que o BC norte-americano deveria ter cuidado com o ritmo de elevação dos juros para não afetar o crescimento econômico. Esse mesmo otimismo contagia o mercado europeu, que sobe à espera pelo discurso do presidente do BCE, Mario Draghi, às 11h.  

Às 8h13 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (França) +0,56%

*CAC-40 (França) +0,56%

*FTSE (Reino Unido) +0,36%

*DAX (Alemanha) +0,38% 

*FTSE MIB (Itália)  +0,17%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,74% (fechado)

*Xangai (China) +1,25% (fechado)

*Nikkei (Japão) +1,19% (fechado)

*Petróleo WTI +0,11%, a US$ 63,59 o barril

*Petróleo brent 0%, a US$ 67,31 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +1,29%, a 549 iuanes (nas últimas 24 horas)

Bitcoin US$ 9.772,44 +0,35% (nas últimas 24 horas)

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2. Agenda doméstica
Nesta segunda-feira, atenção para os dados a serem apresentados às 10h30 de dívida pública federal, investimento estrangeiro direto e conta corrente. Às 14h30, serão divulgados os dados de arrecadação de janeiro, com estimativa de R$ 147,1 bilhões, como também, às 15h, teremos os dados da balança comercial semanal. 

O grande destaque da semana entre os indicadores fica por conta do PIB do quarto trimestre e do acumulado de 2017, que será divulgado quinta-feira (1) às 9h00. O mercado espera que a economia brasileira cresça 0,5% nos últimos meses do ano, com uma alta de 1,2% no total de 2017, encerrando o período de dois anos seguidos de recessão.

Além do PIB, sairão dados fiscais, números do emprego, do setor externo e índices de inflação. Entre os principais números, na quarta-feira (28) o Banco Central apresenta o resultado fiscal do governo central, com a estimativa da GO Associados de um superávit primário de R$ 32,8 bilhões no mês, mantendo o déficit primário em 1,7% do PIB no acumulado em 12 meses. No mesmo dia também o IBGE divulga o resultado de janeiro da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, com o mercado esperando que a taxa de desemprego ficará estável em 11,8% no trimestre encerrado em janeiro.

Vale ainda destacar que, após o rebaixamento da nota soberana do Brasil na sexta-feira pela Fitch Ratings, a agência de avaliação de riscos Moody´s abre missão no Brasil e também deve seguir os passos de suas concorrentes.

3. De olho nos Estados Unidos e Europa
Essa semana será bastante importante no mercado externo, em especial nos Estados Unidos. Na quarta-feira, o recém-empossado presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fará seu primeiro discurso no Congresso. Ele poderá dar novas pistas sobre os próximos passos do Fomc (Comitê de Política Monetária) em um momento que o mercado está dividido sobre o ritmo de altas de juros ao longo do ano. 

Entre os indicadores, atenção para a segunda prévia do PIB do quarto trimestre dos EUA, que deve confirma uma expansão de 2,6% no fim do ano passado, com alta acumulada de 2,3% em 2017. Além disso, na quinta-feira (1), será divulgado o PCE (Personal Consumption Expenditure), que é a medida de inflação mais acompanhada pelo Fed, com expectativa de avanço de 0,4% na passagem de dezembro para janeiro.

Na Zona do Euro, destaque para a divulgação dos dados de inflação ao consumidor, na quarta-feira (28), e para a taxa de desemprego da região, que sai na quinta-feira (1). Já na China, atenção especial paras os PMIs da indústria e serviços, que costumam ter impacto em empresas de commodities, como a Vale. Para conferir a agenda completa de indicadores, clique aqui

4. Noticiário político

O noticiário político teve como destaque neste fim de semana para a continuidade das movimentações do ministro da Fazenda Henrique Meirelles em torno de sua candidatura. Em entrevista ao Estadão neste fim de semana, ele afirmou que está discutindo qual será seu partido, citando o tempo de TV do MDB. O jornal O Globo aponta ainda que, diante da ofensiva de Meirelles, grupos do PMDB capitaneados pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), já começaram a discutir nomes para a sucessão na pasta. Segundo interlocutores do Planalto ouvidos pelo jornal, Jucá defende que o eventual substituto seja o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira.

Em entrevista ao Canal Livre, da Band, o governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência, Geraldo Alckmin (PSDB), fez elogios ao atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Ao falar sobre a questão fiscal brasileira, Alckmin sinalizou que estaria disposto a manter a atual diretoria da instituição: “eu até manteria essa diretoria. Acho que o Ilan é um cara muito bom”, disse. Ele também disse ser favorável às privatizações de estatais brasileiras, desde que o processo seja amplamente fiscalizado e embasado por um marco regulatório robusto, inclusive defendeu a privatização da Petrobras. 

Já em entrevista à Folha, Paulo Guedes, economista ligado a Bolsonaro, diz ser favorável à privatização radical das empresas. “Se privatizar tudo, você zera a dívida, tem muito recurso para saúde e educação. Ah, mas eu não quero privatizar tudo. Privatiza metade, então. Já baixa metade da dívida”, disse o economista.

No noticiário do governo, Temer deve anunciar nesta segunda-feira o novo Ministério Extraordinário da Segurança Pública. Segundo o Estadão, o presidente escolheu o ministro Raul Jungmann para assumir o novo ministério da Segurança Pública. No lugar de Jungmann na Defesa assume o general Joaquim Silva e Luna, atual secretário-geral da pasta. Ele foi chefe do Estado Maior do Exército e é general do Exército da reserva. Por fim, a Procuradoria-Geral da República informou que o Supremo Tribunal Federal autorizou no dia 15 de dezembro de 2017 a quebra de sigilo bancário e fiscal de investigados no inquérito que apura se o presidente editou um decreto para beneficiar empresas do setor portuário.

5. Noticiário corporativo

No radar corporativo, O Globo informa que a Embraer terá 49% de empresa a ser criada com Boeing, enquanto os americanos terão 51%. Já a Hypera (antiga Hypermarcas) encerrou o quarto trimestre de 2017 com lucro líquido de R$ 445,3 milhões, revertendo prejuízo de R$ 195,8 milhões apurado em igual trimestre de 2016. Na Cielo, foi aprovado programa de recompra de até 1,55 milhões de ações pelo prazo de um ano, enquanto na Klabin, Gustavo Santos de Souza foi eleito diretor financeiro. Na BRF, a empresa confirmou carta do Petros e Previ por AGE para destituir o Conselho de Administração.

Por fim, no mercado doméstico, atenção para a temporada de resultados do quarto trimestre durante a semana, com 23 balanços programados, com destaque para a Braskem, Vale, Gerdau, Ambev e B3.

(Com Agência Brasil e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.