Os 5 eventos que vão agitar os mercados na semana

Confira no que ficar de olho nesta segunda e na semana antes de operar na B3

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A crise política brasileira segue dando o tom do mercado nacional, com as casas de análise aumentando as chances de Temer deixar o poder. Na semana, IPCA-15, PIB dos EUA e ata do Fomc no radar. Confira os destaques desta segunda e da semana:

1. Crise política

A crise política segue no radar dos mercados, com os investidores  monitorando a tentativa de Michel Temer preservar seu governo após ganhar pelo menos uma sobrevida com a divulgação do áudio da conversa com Joesley Batista, que não foi considerado conclusivo. Mesmo após novas revelações conhecidas na sexta, presidente reafirmou que não renuncia ao posto e contestou a gravação de Joesley.

Vale destacar que, no último sábado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin decidiu remeter para julgamento pelo plenário da Corte, na próxima quarta-feira (24), o pedido feito pela defesa do presidente Temer para suspender as investigacões até que a finalização da perícia sobre o áudio. Em entrevista ao Estadão no sábado, Temer se disse vítima de armação de bandidos que saquearam o País e querem sair impunes e, nessa segunda, reafirmou que não renunciará. 

O presidente ganhou tempo com PSDB e DEM, que adiaram decisão sobre saída do governo, mas segue nas cordas. PSB deixou a base e a OAB pedirá impeachment. Neste cenário, a Eurasia elevou as chances de Temer sair antes de terminar o mandato de 20% para 70%, enquanto o diretor de pesquisa macro da América Latina da Oxford Economics, Marcos Casarin, disse à CNBC que há uma chance de 100% de Temer sair do cargo. Neste cenário, o ETF brasileiro registra queda de cerca de 1%. 

Vale destacar que a reforma trabalhista tem chance de ir adiante nesta semana, destaca a LCA. “Embora nada muito importante esteja previsto: haverá apenas audiências p discussão da proposta na CAE e CAS”, afirma a consultoria.

2. Gabinete da crise acionado

De acordo com informações da Bloomberg, em meio à crise política, o ministério da Fazenda e o Banco Central se dividiram para continuar monitorando os efeitos da crise política no mercado financeiro e seguem com o gabinete da crise acionado. 

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está analisando as condições do mercado para, caso julgue necessário, conversar com investidores. Nesta segunda, o BC oferta 40.000 contratos de swap cambial em leilão, 9h30 às 9h40, resultado a partir das 9h50. O BC oferta até 8.000 contratos de swap cambial para rolagem dos contratos de 1 de junho, 11h30 às 11h40, resultado a partir das 11h50. Já o Tesouro faz leilões extraordinários de LTN, NTN-F e NTN-B. 

3. Agenda da semana

A agenda econômica desta semana ganha força com IPCA-15, que pode cair para menos de 4% em 12 meses, em momento de volatilidade nos juros. O indicador será revelado na terça-feira às 9h pelo IBGE. Já os EUA têm PIB na sexta às 9h30 e ata do FOMC na quarta às 15h.

Ainda com relação à política monetária, Haruhiko Kuroda, do BoJ, fala na próxima terça, enquanto o presidente do BCE Mario Draghi fala na quarta. Além disso, atenção para diversos discursos de dirigentes do Fed: nesta segunda, Harker, da Filadélfia, às 11h00, Kashkari, 11h30, Brainard, 20h00, e Evans, 22h00 falam. 

4. Bolsas mundiais

Nesta sessão, as bolsas europeias e o S&P futuro oscilam perto da estabilidade com viés negativo, enquanto os yields dos treasuries e da maioria dos títulos europeus sobem. O mercado segue atento à visita de Donald Trump à Arábia Saudita enquanto que, ainda no plano internacional, a tensão na Coreia do Norte segue no radar. A Coreia do Norte disse nesta segunda-feira que testou com sucesso um míssil balístico intermediário que satisfez todos os requisitos técnicos e que agora pode ser produzido em massa, indicando avanços em sua ambição de ser capaz de atingir os Estados Unidos.

Já na China, o índice acionário de Xangai reverteu a alta na sessão e encerrou em queda nesta segunda-feira, com as preocupações persistentes sobre o crescimento econômico e as regulamentações mais rígidas para conter os investimentos especulativos prejudicando o apetite pelo risco. O mercado tem oscilado ao longo das últimas semanas por temores de desaceleração econômica e regulação mais rígida para limitar grandes riscos financeiros. Vale destacar ainda que o  Centro de Informação oficial do Estado informou no fim de semana que a economia da China deve se expandir em torno de 6,8 por cento no segundo trimestre de 2017, ante 6,9 por cento no primeiro trimestre. “No geral, a economia da China permanecerá estável, mas com uma tendência de ligeira desaceleração”, disse o instituto de pesquisa.

No mercado de commodities, Petróleo sobe e se aproxima de US$ 51 após Arábia Saudita dizer que todos os produtores aceitam prolongar o acordo sobre corte de produção. Os metais avançam em Londres; aço sobe na China, minério tem alta menor com estoques recordes. 

Às 8h25, este era o desempenho dos principais índices:

*FTSE 100 (Reino Unido) +0,52%

*CAC-40 (França) +0,05%

*DAX (Alemanha) -0,35%

*Xangai (China) +0,86% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -0,48% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,45% (fechado)

*Petróleo WTI +0,76%, a US$ 50,71 o barril

*Petróleo brent +0,71%, a US$ 53,99 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian +4,22%, a 494 iuanes

*Minério spot negociado em Qingdao, na China +1,77%, a US$ 62,69 a tonelada

5. Noticiário corporativo

Em destaque no noticiário, a JBS informou que as conversas para leniência seguem no Brasil, começam nos EUA. A CVM ainda afirmou  que investiga JBS por insider trading e o banco Original por derivativos. Já o Itaú destacou que o pedido de IPO do IRB não será apresentando nesse momento. A Braskem, por fim, afirmou que não consegue entregar 20-F, NYSE dá prazo de 6 meses.

 

(Com Bloomberg, Reuters e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.