Os 5 eventos que vão agitar os mercados na semana

Confira no que ficar de olho nesta segunda e na semana antes de operar na B3

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão é de queda para as bolsas europeias, que repercutem o preço das commodities. Já no Brasil, a semana tem tudo para ser bastante movimentada, com a agenda de votações no Congresso e o mercado de olho em uma possível nova denúncia contra Michel Temer. Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais
Os principais índices europeus recuam, com todos os principais setores em baixa, enquanto euro mantém alta registrada sexta após o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, não fazer comentários adicionais sobre a moeda no simpósio do Fed em Jackson Hole na última sexta-feira. Hoje não há negociação em Londres por conta do feriado nacional. As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta segunda-feira por causa da ausência de novidades sobre o futuro da política monetária durante a conferência do Federal Reserve em Jackson Hole (Wyoming).

Já os futuros de petróleo operam em baixa nesta manhã, apesar da agora tempestade tropical Harvey paralisar quase 15% da capacidade de refino dos EUA e causar prejuízos de extensão ainda desconhecida. Petrolíferas ainda tentam avaliar o alcance dos danos, e provavelmente, serão necessários mais alguns dias para que se possa estimar quanto tempo as refinarias ficarão fechadas, segundo Ric Spooner, estrategista da CMC Markets. Por outro lado, o galão de gasolina para setembro negociado na Nymex subia mais de 3%. Já os metais recuam em Londres, enquanto o minério de ferro cai em Dalian. 

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Às 8h, este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) -0,42%

*FTSE (Reino Unido) fechado (feriado)

*DAX (Alemanha) -0,49% 

*Hang Seng (Hong Kong) +0,94% (fechado)

*Xangai (China) (fechado) +0,05% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,01% (fechado)

*Petróleo WTI -1,02%, a US$ 47,38 o barril

*Petróleo brent  +0,10%, a US$ 52,46 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -2,72%, a 573 iuanes

 * Minério de ferro negociado em Qingdao 62% -1,57%, a US$ 77,15 a tonelada

2. Agenda econômica da semana
A semana começa com os dados de estoque do atacado dos EUA de julho às 9h30 e o índice de atividade de manufaturas do Fed de Dallas de agosto às 11h30. No Brasil, além do tradicional Focus revelado pelo Banco Central às 8h25, o Tesouro Nacional divulga relatório mensal de dívida pública do mês de julho às 10h. Atenção ainda para a balança comercial semanal às 15h. Já à noite, às 20h30, o Japão divulga a taxa de desemprego de julho. 

No Brasil, na terça-feira (29), será divulgado o resultado fiscal do governo central e o consolidado. Serão os primeiros resultados mensais anunciados após o governo confirmar a elevação da meta de déficit primário para R$ 159 bilhões neste e no próximo ano. Já na quarta-feira (30), os Estados Unidos irão divulgar seu PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre, às 9h30 (horário de Brasília). A expectativa compilada pela Bloomberg é que a maior economia do mundo cresça 2,7% no período, ficando levemente acima dos 2,6% do resultado anterior.

No dia seguinte será a vez do mercado brasileiro agitar com a divulgação dos dados de emprego da PNAD Contínua, às 9h, que segundo os analistas deve ter uma alta na taxa de desemprego de 13% para 13,1%. Mas será mesmo na sexta-feira (1) que a agenda deve trazer bastante agitação ao mercado, com três grandes eventos. Ainda de madrugada será divulgado o PMI da indústria na China.. Às 9h será a vez do PIB brasileiro, que, de acordo com análises compiladas pela Bloomberg, deve ficar em 0,2% no resultado trimestral – ante 1% no primeiro trimestre – e 0,1% no anualizado – contra queda de 0,4% no último resultado. Por fim, às 09h30 sai o relatório de emprego nos EUA.  

3. Agenda política da semana

O destaque segue para o andamento do projeto da TLP e da reforma política -, além também da viagem do presidente Michel Temer à China, que pode ainda coincidir com o surgimento de uma nova denúncia contra ele.  

Na próxima terça-feira, o peemedebista viajará para a China para fazer apresentações para investidores locais. O programa de concessão e privatização será incluído em todas as palestras que ele fizer para os empresários chineses. A questão é que, segundo informa a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, aliados do presidente apostam que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentará a segunda denúncia durante a viagem. Isso pode voltar a trazer grande tensão no mercado, já que coloca em risco novamente o andamentos das propostas do governo no Congresso. Vale destacar que, na última sexta, o STF abriu inquérito contra ministro Blairo Maggi com base em ‘megadelação’ de seu ex-vice Silval Barbosa e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia contra quatro senadores do PMDB: Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR), Garibaldi Alves Filho (RN) e Valdir Raupp (RO).

Voltando à agenda do Congresso, o ministro da secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, disse em entrevista ao Valor Econômico que o governo planeja dedicar toda a terça-feira (29) para votar a mudança na meta fiscal de 2017 e 2018, em duas sessões do Congresso Nacional, e concentrar a conclusão da MP (Medida Provisória) que cria a TLP na quarta-feira (30) na Câmara dos Deputados e depois no Senado. Enquanto isso, a reforma política também deve ser analisada na Casa, após os deputados fatiarem as propostas do texto para serem votadas separadamente.

4. Reforma da Previdência?

Segundo informa a Folha, costura-se no Congresso uma alternativa para resgatar a reforma da Previdência e viabilizar a sua votação ainda em setembro. A proposta é reduzir o prazo de contribuição, que, segundo a proposta atual, subirá de 15 anos para 25 anos. 

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse em seminário promovido pela B3 neste fim de semana, a previdência tem chance real, “ao contrário do que parece”. É do interesse de todos, inclusive oposição; não será atraente aos aspirantes de um próximo governo começar esse governo tendo que discutir a reforma previdenciária, afirmou. Já em entrevista ao jornal O Globo, o ministro afirmou que o governo pode antecipar leilão de aeroportos para impulsionar a receita primária: o “governo está acelerando tudo o máximo possível; pode ser que os leilões gerem recursos até superiores ao que está orçado”. 

5. Noticiário corporativo
A diretoria da Aneel aprovou na sexta que negociará outorgas de concessões das usinas hidrelétricas São Simão (GO/MG), Jaguara (MG/SP), Miranda (MG) e Volta Grande (MG/SP), hoje pertencentes à Cemig. Segundo reportagem do Globo, a Eldorado pode ser vendida por R$ 15 bilhões para a Asia Pulp and Paper, enquanto o Valor destaca que a APP assinou termo de compromisso para compra da Eldorado. Na sexta, a Bloomberg havia informado que a Fibria negociava linha de US$ 1,5 bilhão para comprar a companhia da J&F.

Já entre as educacionais a Estácio comunicou que pretende ampliar atuação no ensino à distância enquanto, segundo o Valor, a Ser Educacional negocia uma fusão com a Uniasselvi. No radar de recomendações, o Atacadão (Carrefour Brasil) foi iniciado com recomendação outperform pelo Bradesco BBI, com recomendação de compra pelo Santander; e com recomendação overweight pelo JPMorgan

Por fim, no InfoTrade de hoje, atenção para a possibilidade de correção para as ações da Vale (VALE3(confira clicando aqui). 

(Com Bloomberg, Agência Brasil e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.