Os 5 eventos que vão agitar os mercados na semana

Confira os assuntos que agitarão os mercados nos próximos dias

Lara Rizério

(Brasília, DF 15/12/2016) Presidente Michel Temer durante discurso do Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em entrevista coletiva para anuncio do pacote de medidas econômicas. Foto: Beto Barata/PR

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SÃO PAULO – A semana já começa agitada, em meio ao anúncio de Luciano Huck que não concorrerá à presidência, além de sinalizações sobre a reforma da previdência. Durante a semana, ganharão destaque os dados do PIB do Brasil. Nos EUA, o presidente indicado do Federal Reserve, Jerome Powell, será sabatinado no Senado na próxima terça-feira (28). Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

A sessão é de estabilidade para as bolsas europeias, que seguem de olho nos desdobramentos para a formação do governo da Alemanha. Os líderes do partido conservador da chanceler alemã, Angela Merkel, concordaram no domingo em buscar uma “grande coalizão” com o Partido Social Democrata para superar o impasse político que afeta o país. Mudando o tom, Merkel apontou que a repetição das eleições é o pior cenário, alegando também a possibilidade de um crescimento da extrema-direita caso houvesse um novo pleito. 

Na Ásia, as bolsas asiáticas começaram a semana em tom negativo, com os mercados chineses voltando a mostrar perdas nesta segunda-feira, com os investidores preocupados com os esforços do governo em reduzir o nível de alavancagem do setor financeiro e a disparada dos títulos de dívida, enquanto os índices acionários de Coreia do Sul e Taiwan foram pressionados pelo rebaixamento de grandes empresas de tecnologia locais.

O fraco desempenho dos mercados chineses veio apesar de dados revelando forte avanço no lucro corporativo. Em outubro, as maiores empresas do setor industrial da China tiveram lucro 25,1% maior do que em igual mês do ano passado. No acumulado de janeiro a outubro, a expansão no lucro industrial foi de 23,3%.

Às 8h25 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro +0,06%

*CAC-40 (França) +0,18%

*FTSE (Reino Unido) +0,15%

*DAX (Alemanha) -0,06% 

*FTSE MIB +0,10%

*Hang Seng (Hong Kong) -0,60% (fechado)

*Xangai (China) -0,92% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,24% (fechado)

*Petróleo WTI -0,75%, a US$ 58,51 o barril

*Petróleo brent -0,34%, a US$ 63,64 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -0,59%, a 505 iuanes

2. Reforma da Previdência

As expectativas sobre a reforma devem ficar ainda mais acirradas na última semana de novembro com governo ainda sem votos necessários e com o texto esperado para entrar em pauta na Câmara em 5 de dezembro. De acordo com o blog da jornalista Andreia Sadi para o G1, no último domingo, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que o Senado pode começar os trabalhos em fevereiro, após o recesso legislativo, se a Câmara aprovar o texto enxuto da proposta até o fim de 2017.

Apesar das conversas se encaminharem, na última sexta-feira, a Eurasia destacou que há viés de baixa para a chance de 40% que vê na aprovação da reforma, em meio à tentativa frustrada do governo em conduzir uma reforma ministerial e levantamento feito pela consultoria política com líderes partidários. As consultas nos últimos dois dias reforçam avaliação de que ponto de partida das negociações não é bom, diz a Eurasia, mencionando a baixa participação em jantar organizado por Temer para apresentação da nova proposta. O apoio para reforma na Câmara provavelmente está em 220-250 votos, abaixo dos 308 necessários para aprovação, aponta.

Vale destacar ainda que, internado em São Paulo desde sexta-feira, Michel Temer deve receber alta do Hospital Sírio-Libanês nesta manhã, segundo o Planalto. Após passar por um procedimento para desobstruir três artérias, o presidente não deve ter agenda hoje. 

3. Luciano Huck desiste; possível substituto para Meirelles

Em artigo para a Folha de S. Paulo, Luciano Huck anunciou que não será candidato a presidente: “com a mesma certeza de que neste momento não vou pleitear espaço nesta eleição para a Presidência da República, quero registrar que vou continuar, modesta e firmemente, tentando contribuir de maneira ativa para melhorar o país (…) Contem comigo. Mas não como candidato a presidente”, afirmou Huck. (veja mais clicando aqui).

Enquanto isso, com a possibilidade de que Henrique Meirelles decida mesmo disputar a Presidência, a sucessão no Ministério da Fazenda entrou no radar do Congresso, aponta a coluna Painel, da Folha. Líderes do governo fizeram chegar ao Planalto que o nome do secretário-executivo da pasta, Eduardo Guardia, não é bem-visto, enquanto parlamentares começaram a defender que o atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, seja alçado ao posto.

Ainda sobre 2018, o Estadão destacou no fim de semana que Temer começa a desenhar uma estratégia de construir uma ampla frente de centro-direita para enfrentar a batalha pela aprovação da reforma da Previdência e de outras pautas econômicas e mantê-la unida até a disputa eleitoral de outubro. Esta frente incluiria PMDB, PSDB, DEM, PR, PRB, PP e PSD e seria capaz de fazer a defesa do legado de Temer.

4. Agenda de indicadores

No Brasil, na terça-feira (28), a Secretaria do Tesouro Nacional informa o resultado fiscal de outubro do governo central. Segundo a GO Associados, o País deve mostrar um superávit primário de R$ 2 bilhões no mês, depois de cinco meses seguidos de déficit. Já na quinta-feira (30), o IBGE divulga o resultado de outubro da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). A taxa de desemprego deve registrar queda de 12,4% para 12,1%, de acordo com a GO. “O dado de outubro refletirá a sazonalidade favorável do período, em virtude das contratações da indústria e do varejo para as festas de fim do ano, além da recuperação, cada vez mais nítida, da atividade”, explicam.

Já na sexta-feira (1), o IBGE apresenta o PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre. A expectativa é que País registre crescimento pelo terceiro trimestre consecutivo, projetado em 0,2% pela GO Associados. Do lado da demanda, a principal novidade será o crescimento dos investimentos, que devem ter voltado a crescer, depois de 14 quedas em 15 trimestres, afirmam os economistas.

No exterior, os EUA têm agenda importante na semana. O presidente indicado do Federal Reserve, Jerome Powell, será sabatinado no Senado na terça-feira. No dia seguinte, a atual chair da autoridade, Janet Yellen, faz discurso, após sua mensagem vista como dovish ajudar a enfraquecer dólar na última semana. Outros dirigentes do Fed também falam nos próximos dias. Ainda na quarta-feira, o Departamento de Comércio dos EUA divulga a segunda prévia do resultado do PIB referente ao terceiro trimestre. Na prévia anterior, o órgão apontou crescimento de 3,0% ante o trimestre anterior, taxa praticamente igual à registrada no segundo trimestre, mesmo com o impacto negativo dos furacões que atingir o país em agosto e setembro. A segunda prévia deve confirmar o bom crescimento econômico do período.

O Fed também divulga na quarta-feira (29) o Livro Bege, relatório elaborado pelas regionais do Fed junto aos empresários de cada distrito para captar a sensação em relação à atividade econômica. O relatório é usado como subsídio para a próxima reunião do Fomc, que ocorrerá nos dias 12 e 13 dezembro. A expectativa é o órgão suba os juros em 0,25 ponto percentual para o intervalo entre 1,25% e 1,50% ao ano. No entanto, a tendência segue sendo de bastante gradualismo, dado que a inflação segue abaixo da meta de 2,0% ao ano.

5. Noticiário corporativo

O destaque do noticiário corporativo fica para a Oi, cujo presidente, Marco Schroeder, apresentou sua renúncia do cargo na última sexta-feira. A diretoria designou Eurico de Jesus Teles Neto para acumular interinamente as funções de diretor jurídico com as de diretor presidente, “até que o conselho de administração delibere a respeito”. Além disso, atenção para duas notícias sobre Cemig: após o block trade, a estatal mineira reduziu a sua participação na Taesa para 21,7% do capital; a empresa também teve a recomendação elevada para overweight pelo JPMorgan.

Também no radar de recomendações, a Gafisa foi rebaixada a underweight e a Sabesp foi elevada a overweight pelo JPMorgan, enquanto a Vale foi elevada de equalweight para overweight pelo Morgan Stanley. A Copel informou que vai divulgar balanço do terceiro trimestre dia 29 após o fechamento dos mercados, enquanto o Globo informou que a Petrobras estuda vender fatia em seis refinarias, inclusive a Reduc.

(Com Agência Brasil e Agência Estado) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.