Os 5 eventos que vão agitar os mercados na semana

Confira os assuntos que agitarão os mercados nos próximos dias

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A semana começa movimentada, com a maior parte das bolsas mundiais em alta após a aprovação da reforma tributária no Senado dos EUA, além das movimentações para a reforma da previdência no Brasil. O noticiário agitado sobre 2018 segue no radar, com pesquisa Datafolha mostrando Lula ainda mais à frente para o ano que vem, Bolsonaro em segundo, enquanto a desaprovação ao governo Michel Temer oscilou para baixo. Confira os destaques desta segunda-feira (4) e da semana:

1. Bolsas mundiais 

O dia é de ganhos para os mercados europeus e no pré-market de Wall Street com a aprovação do pacote tributária de Trump no Senado. Após numerosas modificações, o texto de cerca de 500 páginas foi chancelado por um placar de 51 a 49, sendo que, entre os republicanos, apenas o senador Bob Corker, que acusa o magnata de ser “inadequado” para comandar os EUA, votou contra o projeto. A reforma prevê uma renúncia fiscal de aproximadamente US$ 1,4 trilhão em 10 anos, mas deve ser harmonizada com a versão aprovada pela Câmara dos Representantes em 16 de novembro, etapa que os líderes republicanos esperam concluir antes do Natal. Como os dois textos são semelhantes em muitos pontos, os governistas estão otimistas quanto à possibilidade de sucesso.

Por outro lado, na Ásia, a sessão foi mista, entre a aprovação da reforma de Trump e preocupações após o ex-conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Michael Flynn, fechar um acordo de delação premiada sobre a influência da Rússia nas últimas eleições norte-americanas, quando admitiu ter mentido ao FBI sobre o assunto para favorecer o presidente. Trump, por sua vez, tornou-se ontem alvo de acusações de obstrução de Justiça ao indicar em um tuíte que sabia da mentira de Flynn ao FBI, fatores que podem até mesmo culminar na entrada de um processo de impeachment contra o presidente.

No mercado de commodities, o petróleo cai com aumento das sondas de perfuração nos EUA se contrapondo à Opep, enquanto o minério de ferro subiu forte na China, após o índice de fretes marítimos, Baltic Dry Index, indicar maior fluxo nos portos do país, reforçando que ainda há forte demanda pela commodity.

Às 8h09 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro +0,76%

*CAC-40 (França) +0,84%

*FTSE (Reino Unido) +0,77%

*DAX (Alemanha) +1,11% 

*FTSE MIB +1,11%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,22% (fechado)

*Xangai (China) -0,22% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,49% (fechado)

*Petróleo WTI -1,15%, a US$ 57,69 o barril

*Petróleo brent -0,88%, a US$ 63,17 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +4,78%, a 548 iuanes

2. Agenda de indicadores

Na agenda econômica doméstica, merece atenção a última reunião do Copom, com o anúncio marcado para acontecer na noite de quarta-feira. O mercado já tem dado como certo um corte de 50 pontos-base na Selic, que encerraria o ano na mínima histórica de 7%, ao passo que as atenções estarão no comunicado pós-reunião, com pistas sobre os próximos passos a serem tomados em fevereiro do ano que vem. “Não será surpresa se o Copom sinalizar que será possível novo corte no começo de 2018, levando a Selic para 6,75% ou 6,50% ao ano”, escreveram os economistas da GO Associados.

A semana também contará com a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de novembro na sexta-feira (8), às 9h00. O mercado espera por uma leve desaceleração para 0,35% no comparativo mensal, para encerrar o ano abaixo do piso do regime de metas de inflação do Banco Central de 3%, corroborando o bom comportamento dos preços neste ano. Fechando a lista de drivers domésticos, na terça-feira (5), às 9h, o IBGE informa o resultado da produção industrial de outubro. Após a divulgação do crescimento tímido da economia brasileira no terceiro trimestre, esse será o primeiro indicador de atividade dos últimos três meses do ano a ser divulgado e o mercado espera por um avanço tênue, de 0,1%, no comparativo mensal.

No campo internacional, a agenda tem como destaque o relatório do emprego norte-americano, a ser apresentado às 11h30 da sexta-feira (8). O mercado espera por uma geração de 200 mil vagas em novembro e o número deve pavimentar mais uma alta de juros pelo Fed em dezembro, projetam os economistas da Rosenberg. Na China, os dados da balança comercial e de inflação na quinta-feira prometem agitar os mercados.

3. Reforma da Previdência

No último domingo (3), Michel Temer reuniu-se com Rodrigo Maia e com presidentes de partidos da base governista para tratar da votação da reforma da Previdência. Ficou acertado que as legendas farão um trabalho de convencimento em suas bancadas durante a semana e que voltem a se reunir, entre quarta e quinta-feira, para marcar a data do primeiro turno da votação na Câmara, com expectativa da matéria ser votada no dia 13 e o segundo turno de votação seria no dia 20. Maia saiu da reunião com um discurso otimista: “a gente sai da reunião com a expectativa muito grande de conseguir reunir votos desses partidos, que somam mais de 320 votos. Conseguimos organizar a base para construir a votação ao longo dessa semana”, afirmou. 

Vale destacar que o governo conseguiu derrubar a liminar que suspendia a publicidade da reforma da Previdência. A decisão é do presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, desembargador federal Hilton Queiroz, que atendeu aos argumentos da Advocacia-Geral da União (AGU). Na decisão, o desembargador diz que a suspensão da propaganda configura “grave violação à ordem pública” e “ao princípio constitucional da separação de poderes”. Para o presidente do TRF, a suspensão da propaganda em razão da liminar coloca em risco a ordem público-administrativa e vai contra “os interesses de toda a coletividade”.

4. Datafolha e eleições de 2018

A desaprovação ao governo Temer diminuiu dentro da margem de erro de 2 pontos, apontou pesquisa do instituto Datafolha, mostrando que 71% dos entrevistados avaliam a gestão do peemedebista como ruim ou péssima, uma variação negativa de dois pontos em relação à pesquisa divulgada no final de setembro. Já o percentual dos que consideram o governo Temer ótimo ou bom manteve-se estável em 5%, enquanto 23% avaliam o governo como regular. Um dia antes, o Datafolha mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fortaleceu sua liderança e o deputado Jair Bolsonaro está isolado em segundo lugar da corrida presidencial.

Em um cenário com os dois nomes concorrendo contra Marina Silva (Rede), Joaquim Barbosa, Michel Temer (PMDB) e Henrique Meirelles (PSD), Lula fica com 34% dos votos, Jair Bolsonaro tem 17% e Marina Silva 9%. Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) estão empatados com 6%. O Datafolha fez 2.765 entrevistas entre 29 e 30 de novembro, em 192 cidades.

Sobre 2018, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o governo terá um candidato à presidência e esse nome não será o do governador de São Paulo. Meirelles não descarta ser o candidato governista e afirmou que, caso seja, defenderá o “legado” do governo, como provocou os tucanos: “não quero ter a pretensão de entender o PSDB”. Já os jornais do fim de semana noticiaram que Lula fará uma nova carta ao povo brasileiro, mas dessa vez voltada à classe média. Enquanto isso, Marina Silva anunciou a sua pré-candidatura pela Rede Sustentabilidade.

5. Noticiário corporativo

No noticiário da Petrobras, a estatal revisou o cálculo de paridade para se adequar a importados, enquanto na Oi, Nelson Tanure pediu que a Anatel proíba Aurelius de discutir plano da companhia. A Ambev pagará US$ 926,5 milhões por fatia na Tenedora, ao passo que a Cemig tem entrada de R$ 1,1 bilhão no caixa com subscrição de ações. No radar de recomendações, a Aliansce foi elevada a ‘compra’ pelo BTG Pactual, com preço-alvo de R$ 20, a M. Dias Branco elevada a ‘compra’ por Goldman, com preço-alvo de R$ 55, enquanto a Vulcabrás foi iniciada como ‘compra’ pelo BTG Pactual.

(Com Agência Brasil e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.