Os 5 eventos que agitarão o mercado nesta semana

Confira os destaques desta segunda-feira (28) e da semana a que você deve se atentar

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A crise política se enfraqueceu, mas segue como fantasma do Palácio do Planalto e no radar dos investidores na semana que se inicia, após a entrevista do ex-ministro Marcelo Calero à imprensa e as respostas dadas pelo presidente Michel Temer. Na economia, os destaques entre segunda e sexta-feira são os dados do PIB, o resultado da reunião do Copom e os dados da Pnad no Brasil, enquanto no exterior as atenções se voltam para o crescimento da economia norte-americana no 3º trimestre e o desfecho da aguardada reunião dos membros da Opep. A sessão desta segunda-feira foi de leves ganhos para os principais mercados emergentes na Ásia e é de baixa para os índices europeus.

Na última semana, o Ibovespa acumulou ganhos de 2,66%, encerrando o período a 61.559 pontos, na esteira do rali das commodities de segunda e terça-feira e acompanhando o bom humor externo da quarta-feira. Já o dólar comercial encerrou o período cotado a R$ 3,4135 na venda. 

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1. Bolsas mundiais
A semana começa positiva para os mercados emergentes em meio ao enfraquecimento do efeito-Trump sobre as ações e negativa para os principais índices europeus. No velho continente, o clima é de cautela em meio à aproximação da reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), prevista para a próxima quarta-feira (30), na qual os principais produtores de petróleo no mundo poderão fechar um acordo de congelamento de produção com o intuito de promover uma elevação nos preços da commodity. Já na China, vale destacar a redução do déficit comercial em serviços de US$ 23,3 bilhões em setembro para US$ 20,9 bilhões em outubro. De acordo com os dados da Administração Estatal Cambial, os dados deveram-se principalmente à disparidade entre turistas estrangeiros e chineses, que gastam mais no exterior do que os estrangeiros na China.

 Às 7h54, este era o desempenho dos principais índices:

* FTSE 100 (Reino Unido) -0,67%

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* CAC-40 (França) -0,85%

*DAX (Alemanha) -0,87%

* Xangai (China) +0,46% (fechado)

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*Hang Seng (Hong Kong) +0,47% (fechado)

* Nikkei (Japão) -0,13% (fechado)

*Petróleo WTI -0,22%, a US$ 45,96 o barril

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*Petróleo brent -0,17%, a US$ 47,17 o barril

2. Agenda doméstica
Entre os indicadores, destaque para a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e do resultado da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), para qual a maior parte das apostas apontam para corte de 0,25 ponto percentual na Selic, na quarta-feira (30). Nesta segunda-feira (28), o Banco Central publica nota de Política Fiscal e, na terça, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, relativos ao mercado de trabalho. As expectativas dos analistas da Rosenberg são por uma nova queda forte no período, reforçando as preocupações com o ritmo de atividade. No front político, o principal evento é a votação da PEC 55 no Senado na terça-feira (29). Para Jason Vieira, é preciso ficar atento à quantidade de votos favoráveis ao texto, já que isso será uma prova do poder político do atual governo.

3. Agenda internacional
Lá fora as atenções se voltam para a divulgação do PIB dos Estados Unidos referente ao terceiro trimestre. O indicador será conhecido na terça-feira. A expectativa mediana dos analistas é de que a maior economia do mundo cresça 3,1%, ante 2,9% registrados no trimestre anterior. Na sexta-feira (2), será apresentado o relatório de emprego nos EUA, que deve mostrar a criação de 175 mil postos de trabalho em novembro, contra 161 mil criados em outubro. Já a taxa de desemprego deve permanecer estável em 4,9%. O dado não deve, contudo, mudar o cenário-base do mercado para o Federal Reserve, que tende a elevar os juros no país em sua reunião em dezembro. Apreensão também para a reunião dos países membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), no dia 30, em que devem decidir sobre um acordo de cortes de produção. As negociações têm sido monitoradas de perto nos últimos dias e deixado os preços do petróleo bastante voláteis. Além disso, como ocorre todo início de mês, uma bateria de PMIs (Purchasing Managers’ Index) será apresentada, com destaque para os dados na China, o principal mercado de muitas commodities e onde uma mudança de rumo da indústria pode afetar companhias no mundo todo, caso da Vale e siderúrgicas, que estão sempre de olho no momento econômico do gigante asiático.

4. Crise no Planalto
No último domingo, o programa Fantástico, da TV Globo, transmitiu uma entrevista com o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que voltou a acusar o agora ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima de pressioná-lo por uma decisão favorável do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) à construção de um prédio no qual havia comprado um apartamento, em Salvador. Calero ainda confirmou ter gravado conversa telefônica com o presidente Michel Temer, quem ele também acusa de interferência no processo. Apesar de toda a apreensão, disse o ex-ministro que se tratou de um diálogo “protocolar” — o que pode ser interpretado como motivo de alívio para o governo do peemedebista. O ex-titular da pasta da Cultura também fez apontamentos sobre o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, mas não respondeu se também havia gravado conversas que teve com ele.

Em meio à crise instaurada há mais de uma semana e os efeitos negativos gerados na opinião pública pela tentativas de parlamentares para que fosse aprovada no Legislativo uma anistia ao crime de caixa dois, Temer aproveitou o domingo para convocar uma coletiva de imprensa juntamente com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), em uma tentativa de se construir uma agenda positiva ou ao menos limitar os estragos gerados pelo recente noticiário negativo ao governo. Foi anunciado neste domingo pelo trio que não prosperará nenhuma tentativa de se anistiar tais crimes eleitorais cometidos no passado.

5. Noticiário corporativo
Entre os destaques do noticiário corporativo estão o anúncio da Vale a investidores estrangeiros de que a companhia não venderá mais ativos e distribuirá dividendos neste ano. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o presidente do Banco do Brasil afirmou que sem passar pelo ajuste anunciado na última semana, a instituição financeira precisaria de aportes do Tesouro Federal para atender às exigências de capital de Basileia 3. A entrada de Ambev e Sabesp na “Brazil Buy List” do Itaú BBA também está no radar. 

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.