Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta terça-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O desenrolar das notícias sobre a tramitação da intervenção no Rio de Janeiro, os 15 pontos do governo na nova agenda prioritária e a volta de Wall Street agitam o mercado nesta terça-feira (20), assim como o intenso noticiário corporativo. Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

A sessão marca a volta das bolsas norte-americanas após o feriado do Dia do Presidente, com os índices futuros registrando uma manhã de queda de cerca de 0,6%, enquanto os rendimentos dos Treasuries atingem o maior nível em 4 anos, enquanto o dólar avança contra maioria dos pares.

Em sua volta depois de uma semana sem negócios em vista do feriado do ano-novo lunar, a bolsa de Hong Kong recuou 0,78%, em uma sessão extremamente volátil em que chegou a mostrar queda de 1,3% e alta de 0,7% no intraday. Vale lembrar que as bolsas chinesas ainda seguem fechadas, com atividades sendo retomadas apenas na quinta-feira.

No mercado de commodities, o petróleo sustenta o rali de alta em Nova York após Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) afirmar que a demanda global por petróleo deve crescer em 2018; já os metais caem em Londres com alta do dólar.

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Às 8h12 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,65%

*S&P Futuro (EUA) -0,61%

*CAC-40 (França) +0,24%

*FTSE (Reino Unido) -0,20%

*DAX (Alemanha) +0,06% 

*FTSE MIB (Itália) 0%

*Hang Seng (Hong Kong) -0,78% (fechado)

*Nikkei (Japão) -1,01% (fechado)

*Petróleo WTI +0,21%, a US$ 61,81 o barril

*Petróleo brent -1,32%, a US$ 64,80 o barril

Bitcoin US$ 11.476,80 +4,28% (nas últimas 24 horas)

2. Agenda de indicadores

Em um dia de agenda esvaziada, atenção para o Banco Central, que oferta até 9.500 contratos de swap cambial para rolagem de contratos de março, com a oferta ocorrendo entre 11h30 às 11h40, com resultado a partir das 11h50. Já o Tesouro oferta até 1,25 milhões de NTN-B para 2023 e 2028 e até 300.000 para 2035 e 2055, com resultado a partir das 11h45. 

Na agenda externa, chamou a atenção o índice de expectativas econômicas da Alemanha, que caiu de 20,4 em janeiro para 17,8 em fevereiro, segundo o instituto alemão ZEW. Apesar disso, os analistas previam queda maior do indicador, para 16.

3. Agenda prioritária

Ministros e líderes do governo no Congresso anunciaram ontem a noite a pauta prioritária do governo com 15 itens, colocando a independência do BC, PIS-Cofins e privatização da Eletrobras como pauta prioritária no lugar da reforma da Previdência em tentativa de agradar o mercado diante do fracasso da reforma, sacramentado pela intervenção no Rio de Janeiro.

Seguem os pontos da pauta prioritária: 1. Reforma do PIS/COFINS – Simplificação Tributária; 2. Autonomia do Banco Central; 3. Marco legal de licitações e contratos – Projeto de Lei (PL) 6814; 4. Nova lei de finanças públicas – PL 295; 5. Regulamentação do teto remuneratório – PL 6726; 6. Desestatização da Eletrobras – PL 9463; 7. Reforço das Agências Reguladoras – PL 6621; 8. Depósitos voluntários no Banco Central – PL 9248; 9. Redução da Desoneração da folha – PL 8456; 10. Programa de recuperação e melhoria empresarial das estatais – PL 9215; 11. Cadastro positivo – PLP 441; 12. Duplicata eletrônica – PL 9327; 13. Distrato – PLS 774; 14. Atualização da Lei Geral de Telecomunicações e 15. Extinção do Fundo Soberano.

De acordo com a LCA Consultores, a definição desta agenda é importante por duas razões. “Em primeiro, sinaliza para os investidores a continuidade do esforço reformista do governo. Em segundo lugar, procura mitigar os riscos de o Congresso aprovar projetos prejudiciais aos cofres públicos, as famosas pautas bombas”, aponta a consultoria.

Contudo, a base do governo nega que a reforma da Previdência esteja enterrada. Para o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, é possível aprová-la ainda em outubro, após as eleições. Ele entende que os parlamentares que hoje não votam com o governo podem mudar de ideia caso não sejam reeleitos.

4. Intervenção no Rio e mais destaques da política

Ainda sobre o assunto intervenção no Rio, a Câmara dos Deputados aprovou, por 340 votos a 72, o decreto legislativo que autoriza a intervenção federal na área de segurança pública do estado. Após mais de seis horas de discussões e táticas de obstrução pelos contrários à medida, os deputados acataram o parecer da deputada Laura Carneiro (MDB-RJ) favorável à medida, anunciada por Temer na última sexta-feira (16).

Nesta terça-feira (20), o Senado deve realizar, às 18h, uma sessão extraordinária destinada a votar o decreto. Caso o texto que estipula a intervenção seja aprovado pela maioria simples dos senadores presentes, o Congresso Nacional poderá publicar o decreto legislativo referendando a decisão de Temer de intervir no Rio de Janeiro.

Atenção ainda para mais notícias da pauta política. A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem até as 23h59 desta terça-feira para entrar com recurso no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região contra a condenação na ação penal envolvendo o tríplex no Guarujá (SP). No dia 24 de janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirmou a condenação de Lula em primeira instância e aumentou a pena do ex-presidente para 12 anos e um mês de prisão.

Os jornais ainda repercutem a notícia da confirmação de Pérsio Arida para a coordenação do programa de governo de Geraldo Alckmin ao Planalto. O economista apontou que deve-se aprofundar as reformas e buscar uma solução estrutural para o grave problema fiscal, defendendo ainda maior segurança jurídica e privatização – confira o perfil do economista clicando aqui. 

5. Noticiário corporativo

O noticiário corporativo é bastante movimentado. A Itaúsa aprovou dividendos adicionais, aumento de capital e recompra de até 153,7 milhões em ações em 18 meses, já a Coluna do Broad informa que a Suzano quer fusão com Fibria via troca de ações e dinheiro. Ontem, as companhias afirmaram que estão em conversas preliminares para uma combinação estratégica. 

Ainda entre os resultados, o Pão de Açúcar registrou lucro líquido consolidado de R$ 297 milhões no quarto trimestre de 2017, revertendo um prejuízo de R$ 38 milhões apurado em igual período do ano anterior. A empresa ainda anunciou mudanças em seu comando, com a saída de Ronaldo Labrudi do cargo de diretor presidente, que passa a ser de Peter Estermann. Já na Via Varejo, Flavio Dias foi indicado para assumir presidência. A Linx, por sua vez, teve lucro líquido ajustado no trimestre foi de R$ 158,95 milhões no quarto trimestre de 2017, enquanto a Eletropaulo divulgou que o total de investimento previsto para 2018-2022 é de R$ 4,94 bilhões.

Atenção ainda para as diversas notícias de recomendação: o Banrisul foi elevado a ’market perform’ pelo BB Investimentos, a Direcional foi rebaixada a ’neutra’ por Bradesco BBI, enquanto a Cosan foi elevada a ‘overweight’ por JPMorgan. Multiplan e Aliansce foram elevadas a ‘outperform’ por Bradesco BBI, enquanto a São Carlos foi rebaixada a ‘underperform’ por Bradesco BBI.

(Com Agência Brasil, Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.